Quem o diz é José Manuel de Sousa, vice-presidente da Ordem dos Engenheiros Técnicos, que falava à VI no contexto das Conversas Diárias – Especial Covid-19. Segundo o mesmo, «vários promotores imobiliários estão a repensar fortemente os seus investimentos e algumas utilizações». Outros, «continuam a acreditar naquele tipo de investimento numa retoma dentro de dois ou rês meses. E há também quem procure novas oportunidades e a redefinição de objetivos ou localizações». Mas ressalva que «ninguém tem atualmente uma bola de cristal».
Por outro lado, segundo a OET, prosseguem as obras de construção, na sua generalidade: «temos obras em andamento, obras que param pela contaminação que vai surgindo entre os trabalhadores, mas a maior parte continua em funcionamento».
Depois do «aquecimento do setor», que se verificou até ao estalar da crise, «parar para pensar às vezes pode ter algumas vantagens, e esta pandemia provocou-nos uma paragem repentina e abrupta». José Manuel de Sousa não se considera pessimista relativamente à retoma do mercado, «apesar de que alguns setores serão muito afetados. A confiança será necessária para os investimentos em alguns setores em particular, para que se atinja uma nova normalidade».
Segundo José Manuel de Sousa, as principais preocupações da OET prendem-se com «os nossos colegas das áreas da indústria, serviços e consultoria e profissão liberal». Explica que «na indústria, estarão acauteladas pelas regras que temos para as empresas a nível nacional. Na prestação de serviços e profissão liberal, não é altura de cada setor de atividade puxar a sua brasa mais que os outros. Algumas medidas que o Governo já anunciou garantem um rendimento mínimo para os trabalhadores até uma retoma que se deseja tão rápida quanto possível».
O responsável está convencido de que «algumas coisas vão mudar depois desta crise. Reuniões com pessoas de vários países realizam-se agora por videoconferência, mesmo na área da construção civil. Esta forma de comunicar, gerir, de nos relacionarmos, voltou e terá uma importância muito grande e uma implementação muito maior. Apoiadas na tecnologia, poderão haver mudanças significativas», conclui.