Promotores “querem continuar a produzir e a investir”

Promotores “querem continuar a produzir e a investir”

É o que garante José Almeida Guerra, CEO da Rockbuilding, que testemunha que os promotores com quem mantém contacto mantêm o ânimo e a atividade. «Não é por falta de dinheiro nem de vontade dos promotores que o setor imobiliário e da construção não vão ser de novo um dos motores da retoma da economia. Já em crises passadas o imobiliário e a construção foram das “molas” mais importantes para que saíssemos delas, e voltaremos a ser».

Na Rockbuilding, os projetos seguem o seu caminho. «Não paramos nenhuma obra. Os nossos rendimentos serão agora 70% a 75% do que seria normal, mas é melhor do que ter as coisas paradas. Há que fazer as coisas bem feitas, colocar as pessoas em grupos pequenos e espaçados, medir a temperatura, e as atividades continuam», diz Almeida Guerra.

O responsável está convicto de que «o imobiliário tem uma capacidade de sacrifício e de resiliência, e tem ultrapassado os sacrifícios. Tratar da saúde tem de ser o nosso primeiro esforço, e logo depois a economia».

«É tempo de aguentar, de continuar a trabalhar», e de evitar o desemprego até que chegue a retoma. Almeida Guerra está certo de que ela vai chegar, pois «mais tarde ou mais cedo teremos uma vacina», e nota que «o vírus não fez desaparecer a procura de escritórios, nem de habitação para a classe média, nem a procura do turismo, que vai acontecer. Temos de ser todos convocados para esta retoma».

 

Processos são agilizados nas câmaras

A experiência da Rockbuilding atesta uma maior agilidade dos processos de licenciamento nas autarquias, nomeadamente de Lisboa ou Cascais. A tramitação «tem sido fantástica».

«Os próprios vereadores têm feito reuniões por videoconferência sobre os projetos que temos pendentes, e quase que avançamos melhor os projetos agora do que noutros tempos». E o responsável destaca que «é impressionante ver como aprendemos agora que fazíamos muitas reuniões talvez desnecessárias. Será ótimo se todos aprendermos neste momento».

José Almeida Guerra considera que é tempo de criar união e confiança política. «Não é tempo de os políticos se colocarem em bicos dos pés e apontarem quem fez melhor ou pior, é tempo de darem as mãos, porque a recuperação económica e do país faz-se com convergências. É tempo de uma união, para que os promotores sigam o seu caminho», garantindo que «o melhor incentivo que as câmaras podem dar é a aprovação dos projetos», nomeadamente os estruturantes. Isto porque «estas crises também se ultrapassam de forma psicológica, com apoio do poder político».