A estimativa é feita pela AHP no âmbito do seu inquérito “Covid-19: Efeito na hotelaria portuguesa”, esta quarta-feira atualizado e apresentado à imprensa pela CEO, Cristina Siza Vieira, que dá nota de que poderão ser perdidas 13,1 milhões de dormidas até junho.
No inquérito terminado a 7 de abril, 53% afirmou fechar portas pelo menos em abril, e 31% pelo menos em abril e maio. 10% assume que não fecha, mas reduz a sua capacidade e serviços em 80%.
Relativamente às reservas, a maior parte dos hoteleiros afirmam que estão a reagendar para outras datas, ou a devolver o valor na totalidade. 60% apontam como uma das principais dificuldades atuais a dificuldade no cancelamento das reservas junto das plataformas.
Os cerca de 450 hoteleiros inquiridos estão mais pessimistas face à fase anterior do inquérito, fechada a 12 de março. Nessa altura, 48% dos inquiridos estimava ter uma perda de ocupação de 10% até junho. Mas até 7 de abril, 65% acreditam que a sua taxa de ocupação vai descer entre 70% e 100%. 71% estimam uma perda de receita entre os 70% e os 100%, fator influenciado não só pela ocupação, mas também pela não realização de eventos, por exemplo.
Por outro lado, 24% dos inquiridos diz que a sua maior dificuldade imediata é o acesso às medidas de apoio do Governo. 50% afirma que quer recorrer a estas linhas de apoio, mas ainda não identificou a forma adequada. E 37% vai usar a linha de crédito para empresas do setor do turismo, de 900 milhões de euros.
Quanto ao lay off, 94% dos hoteleiros afirma que vai adotar o regime simplificado. 44,3% vai colocar todos os seus trabalhadores neste regime, e 35% afirma que só vai colocar 80% dos trabalhadores nesta situação. A AHP estima que fiquem em lay off cerca de 51.000 trabalhadores.
Entre as principais dificuldades e preocupações apontadas pelos hoteleiros, domina a questão da retoma do turismo, seguida pelos problemas de tesouraria, pela manutenção dos empregos, e pelas dúvidas em relação à duração da pandemia.