Para travar o contágio do coronavírus, o Governo estabeleceu uma nova proibição de circulação entre concelhos de 30 de outubro a 3 de novembro (abrangendo o Dia de Todos os Santos). Mas a AHP pede «ponderação dos impactos (…) que esta medida de proibição pode acarretar nas reservas em estabelecimentos hoteleiros». Nesse sentido, já fez chegar as suas preocupações à secretária de Estado do Turismo.
Em comunicado, Raul Martins, Presidente da AHP, nota que «é necessário acautelar que as poucas reservas efetuadas para esse período possam ser concretizadas, permitindo aos hóspedes deslocar-se dos seus concelhos de origem para aqueles onde os estabelecimentos se localizem. Temos associados que nos sinalizaram a imensa perturbação e cancelamentos que a proibição anunciada, mas ainda não publicada, gerou nas reservas previstas de pequenos grupos, nacionais e estrangeiros, junto de alguns estabelecimentos».
O responsável salienta que também turistas estrangeiros, que se deslocam de carro, autocarro ou mesmo avisão, terão de ter esta situação acautelada: «será necessário garantir que estas deslocações possam ser asseguradas, com o comprovativo de reserva nos hotéis, em data prévia ao anúncio da medida. Temos por garantido que os hotéis cumprem todas as regras da DGS e do Governo, são certificados com o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal e existirá um geral cumprimento das regras de não deslocação entre concelhos, senão para esse fim de alojamento».
«Depois de termos concluído que estamos a enfrentar uma previsível quebra de dormidas neste ano que pode chegar a 46,6 milhões, e a uma perda de receita da ordem de 3.600 milhões de euros, seria uma inconsciência não segurar as poucas oportunidades que ainda temos». E conclui: «somos seguramente os primeiros interessados em que exista um generalizado cumprimento das regras que permitam controlar o crescimento da pandemia no nosso país, todavia tal não se pode fazer com o sacrifício cego das poucas unidades hoteleiras e trabalhadores que lutam por manter as portas abertas».
A AHP espera, assim, que «a redação da Resolução do Conselho de Ministros excecione da proibição geral as deslocações que tenham em vista o alojamento em empreendimentos turísticos no período em questão».