Num cenário de «recuperação “em K” da economia», o Governo está preparado para continuar a apoiar as empresas do setor do turismo, depois de um ano difícil devido à pandemia. A garantia foi dada pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que falava durante o webinar “Reativar o Turismo. Construir o Futuro”, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal – AHP.
Segundo o governante, já foi prolongado o programa de apoio à retoma progressiva das empresas: «mantêm-se as características atuais do apoio por um período indefinido, pois o verão não será muito robusto, e segue-se uma época baixa».
O Governo vai também ajudar as empresas com o fim das moratórias, pois «o setor precisa de mais tempo para reembolsar esta dívida. Aprovámos um programa que permite que, se as empresas destes setores mais afetados e os seus bancos acordarem uma prorrogação do prazo da dívida, o Estado assume 25% dessa dívida restruturada». E explicou que «este programa foi visto como importante nas nossas conversações com o setor bancário. Visa assegurar que empresas que não estão agora em incumprimento mas que poderiam vir a estar beneficiem deste alargamento de maturidades. O Estado está disponível para dar estas garantias».
Siza Vieira destacou também a importância das linhas de crédito do Governo, cujo arranque foi «relativamente lento», mas que tem agora «mais dinamismo. Temos de assegurar que as empresas continuam a ter liquidez».
O ministro destacou também dois programas de recapitalização de empresas, «um para apoiar as empresas que pretendam começar a amortizar a dívida Covid que contraíram no ano passado, através de um regime de empréstimos participativos» (já em vigor), além de um Programa de Recapitalização Estratégica, «para empresas que tenham agora perspetivas de viabilidade e que cumpram um conjunto de critérios», que deverá estar no terreno entre setembro e outubro.
Numa perspetiva de Futuro, Siza Vieira lembrou que «percebemos com esta pandemia que vamos precisar de fazer ajustes à oferta turística e ao alojamento». Para o efeito, «temos conjunto de verbas importantes no PT2030 para o apoio às empresas, para a digitalização das operações, ou para a formação dos recursos humanos».
O Governo pretende também «abrir o fundo de investimento imobiliário de apoio às empresas a investidores estrangeiros, para criar a oportunidade de fazer operações de sale & leaseback e permitir a melhoria das condições de balanço e monetização de ativos que possam estar disponíveis para ajudar a gerir esta crise».
Apesar de admitir que a recuperação no setor do turismo não é tão forte como noutros setores, o ministro considera que o setor do turismo ainda pode atingir os 9.000 milhões de euros de receita no acumulado do ano, o que seria uma subida de cerca de 10% face a 2020. Já o PIB pode crescer mais de 4%.
Siza Vieira acredita que este «é um momento que começamos a ver a luz ao fundo do túnel, apesar de já nos termos enganado sobre isto várias vezes. A verdade, é que a contenção dos danos permite-nos encarar esta recuperação com outra confiança».