Associações unem-se para recordar princípios básicos do setor à UE

Associações unem-se para recordar princípios básicos do setor à UE

Apesar de os Governos nacionais e as instituições europeias «já estarem a trabalhar para desenvolver medidas destinadas a apoiar a estabilidade e a recuperação económica», as 16 associações do setor -  EPRA, RICS, NREV, GRESB, CREFC Europe, AREF, ASPIM, Confindustria Assoimmobiliaare, British Property Federation, European Council of Shopping Places, FastighetSagarna, Irish Institutional Property, IPF, IVBN, RAKLI, ZIA – decidiram sublinhar que há vetores importantes do setor que devem ser tidos em conta na hora de desenhar políticas e definir apoios.

Um dos pontos que as associações consideram ser importante diz respeito à integração dos imóveis nas cidades. «As medidas devem reconhecer que os imóveis que compõe o coração das nossas vilas e cidades é indissociavelmente interconectado dos seus proprietários, seguradoras, fundos de pensão e sistema bancário e investimentos públicos, e, por isso, devem apoiar a integridade dessa interconectividade», lê-se no comunicado enviado esta terça-feira.

Por outro lado, as medidas devem também «criar incentivos para que os proprietários, credores, investidores e inquilinos trabalhem juntos, para que ninguém seja obrigado a suportar todo o impacto da crise atual e, portanto, para que todos estejam em posição de contribuir para a recuperação económica e estabilidade financeira e social europeia em geral».

Depois, estas devem «ser limitadas no tempo, embora reconheça-se que muitas empresas provavelmente levem algum tempo a recuperar», e «devem ser implementadas rapidamente, principalmente aquelas voltadas para empresas com pouca resiliência financeira e responsabilidades crescentes».

Para a criação de novas medidas, as associações consideram que estas devem «complementar» as já existentes, «através de melhores possibilidades de investimento transfronteiriço em imóveis que estabilizam as economias nacionais em toda a Europa, de forma a facilitar uma recuperação económica resiliente e sustentável».

 

Imobiliário é um dos motores da economia europeia

Na mesma nota, as associações sublinham que o imobiliário é hoje «um dos principais motores para enfrentar dois desafios críticos deste momento: criar cidades funcionais para uma população urbana em evolução, incluindo espaços de trabalho, e reduzir a pegada ambiental».

E não esquecer que o imobiliário é também um «catalisador de criação de emprego». Os dados mais recentes mostram que a indústria do imobiliário comercial emprega diretamente 4 milhões de pessoas e contribui com 385 biliões de euros para a economia europeia anualmente. E note-se que o investimento total – incluindo casas e infraestruturas – chega a ascender cerca de 1.3 triliões de euros anualmente, o que representa quase dois terços do capital investido na economia europeia. «Os desafios que se seguem à pandemia, sem dúvida, acelerarão a necessidade de investir nos próximos anos», sublinha.

Por outro lado, o segmento imobiliário também desempenha um papel importante no que diz respeito aos desenvolvimentos tecnológicos que afetam a nossa forma de estar em sociedade. Um destas transformações está associada ao e-commerce, que não só tem aumentado nos últimos dez anos, como acelerou em tempos de pandemia. Esta mudança no consumo levou os investidores a apostarem mais no segmento da logística em vez do retalho de rua, pelo que hoje o mercado imobiliário tem o desafio «importante na recuperação pós-crise e na regeneração do centro das cidades, tão importante para a sociedade».