Falando à Lusa, o Diretor Executivo da APR, Pedro Fontaínhas assumiu-se «muito preocupado» com a situação do setor do turismo residencial, que representa um negócio imobiliário de 650 milhões de euros e mais de 4.500 postos de trabalho permanentes.
Em meados de abril, estimavam-se perdas superiores a 70% no total do ano, face ao ano anterior, número agora revisto para entre 50% a 60%. Mas, nas últimas semanas «houve uma reanimação do setor devido ao mercado nacional. Os portugueses estão interessados em comprar segunda habitação, estão interessados num ambiente de resort, com todas as vantagens que isso traz ao nível da segurança, qualidade de vida e proximidade do campo e da praia, e a pandemia penso que terá contribuído para abrir os olhos para essa realidade».
A associação defende isenção ou diferimento de IMI e IMT «pelo menos durante o período de retoma», já que «não temos qualquer ilusão que o mercado nacional não vai conseguir compensar a quebra do mercado estrangeiro e do Reino Unido em particular», diz Pedro Fontaínhas. A APR admite que a recente decisão do Governo britânico de excluir Portugal dos corredores aéreos turísticos apanhou a associação de surpresa: «não estávamos nada à espera deste contratempo, e esperamos que se resolva dia 27, que é quando se vai rever a lista», cita o Eco.
Por outro lado, o dirigente associativo revela que as empresas do setor «recorreram massivamente» ao regime de lay-off simplificado criado pelo Governo, até 95% dos colaboradores. A APR defende que o regime seja prolongado no tempo, para dar mais margem às empresas para se adaptarem à nova realidade.
A APR defende também a reposição do regime da utilidade turística, abolido em 2019, que considera que seria uma nova motivação para o investimento e uma vantagem competitiva para Portugal, face a concorrentes como a Tunísia, Turquia ou Grécia. Pede também a eliminação de impostos como o AIMI, ou a redução do IVA na construção nova para 6% durante o período da retoma, além da facilitação de formalização de negócios à distância, e o relançamento dos regimes de “golden visa” ou do Regime de Residentes Não Habituais.