De acordo com o relatório, este aumento das vendas de imóveis foi acompanhado pelo aumento da procura por parte de novos compradores, bem como pela melhoria das expetativas relativas a procura e a vendas nas 3 regiões analisadas (Lisboa, Porto e Algarve). Agora, os inquiridos antecipam que este ritmo se intensifique nos próximos 3 meses, superando as previsões dos últimos tempos.
Simon Rubinshon, Economista Sénior do RICS, nota em comunicado que «a taxa de desemprego caiu para 10% em Portugal em fevereiro, atingindo o nível mais baixo desde 2009». Por outro lado, realça que «a melhoria consistente verificada no mercado de trabalho ao longo dos últimos 12 meses coincidiu com um aumento acentuado na confiança dos consumidores. De acordo com a Comissão Europeia, os consumidores estão agora mais confiantes em fazer uma grande compra do que em qualquer outro ponto desde 2002, e este otimismo encontra-se espelhado em indicadores de atividade do mercado imobiliário».
Em março a colocação de casas no mercado não acompanhou o ritmo de crescimento da procura para compra, o que continua a pressionar os preços em alta. No mês em questão, os preços mantiveram um ritmo de subida semelhante ao registado em fevereiro.
Nos próximos 12 meses, as subidas de preços mais significativas deverão ser sentidas na região do Algarve, de acordo com os inquiridos. E, a longo prazo, nos próximos 5 anos deverá assistir-se a uma convergência do ritmo de crescimento de preços verificado no Algarve e em Lisboa. No Porto a tendência não será tão sentida.
Neste contexto, mantém-se a escassez de oferta disponibilizada no mercado de arrendamento, resultando num aumento das rendas, que voltaram a crescer em março e mais rapidamente que nos meses anteriores.
Ricardo Guimarães, diretor da Ci, destaca que «ao longo dos últimos seis meses tem-se registado um declínio contínuo das expetativas quanto ao número futuro de novos contratos de arrendamento, marcando uma mudança na tendência observada nos últimos dois anos». Este especialista explica que «tal está a acontecer a par de um forte aumento da atividade de concessão de crédito, sugerindo que os potenciais arrendatários começam talvez a considerar os empréstimos como uma alternativa. No futuro, tal pode reduzir a pressão sobre as rendas, que tem sido impulsionada pela falta de oferta».