Transações de portfólios de NPLs na rota dos €2.000M em Portugal

Transações de portfólios de NPLs na rota dos €2.000M em Portugal

 

Esta é uma das principais conclusões do estudo “Investing in NPLs in Portugal: The time is now!”, apresentado pela Prime Yield durante a conferência “NPL Europe”, em Londres. O relatório analisa o atual momento deste mercado no contexto europeu, traçando as perspetivas para o potencial de transações este ano, e mostra os principais desafios para o setor.

Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield, comenta que «a resolução do volume de crédito em incumprimento está a colocar desafios muito importantes aos países europeus que foram mais atingidos pela crise, como é o caso de Portugal. E numa altura em que existe uma crescente pressão para a redução destes créditos no sistema bancário português e em que este tipo de portfólio está a gerar cada vez mais interesse junto dos investidores, é muito importante que Portugal se posicione para a captação do capital estrageiro que está atento a este setor», explica este especialista.

O nosso país tem atualmente um forte pipeline de potenciais negócios, e com um stock de NPLs que se estima rondar ainda os 41 milhões de euros (19,5% do total bruto dos empréstimos concedidos), é possível prever que esta atividade sinta um incremento nos próximos tempos, bem como o crescente interesse dos investidores por este tipo de ativos, tendo em conta as entidades que já investem em Portugal e as que anunciaram que o pretendem fazer.

Além disso, nota a Prime Yield, também a Banca já anunciou estratégias mais dinâmicas para a resolução do malparado. E a crescente competitividade pela compra de ativos imobiliários core pode levar a que os investidores mais oportunísticos a olhar para este segmento, visto como uma via de investimento imobiliário indireto (através da compra de portfólios de créditos que se encontrem garantidos em ativos imobiliários), e também o preço pode ser mais apelativo. Por outro lado, a expetativa de que o Governo crie uma solução integrada para acelerar a resolução deste tipo de créditos no sistema bancário nacional pode também jogar a favor desta tendência.

Contudo, há que ultrapassar quesões como o desencontro de expetativas dos compradores e dos vendedores face aos preços, nota a consultora: «há muito interesse dos investidores por este mercado, o que aliás acontece por toda a Europa. No caso concreto de Portugal, além de ser ainda necessário resolver questões de âmbito fiscal, judicial e de aguardamos a solução governamental ainda este ano, é absolutamente crucial encontrar um equilíbrio entre os preços a que a Banca está disposta a vender os seus créditos malparados e aquele que os investidores estão dispostos a pagar, com estes últimos a reclamarem uma avaliação mais realista destas carteiras», nota ainda Nelson Rêgo.