Um estudo recente da Startup Genome revela que Lisboa tem já 200 a 300 startups que valem 1.200 milhões de euros. Com este dinamismo, «estamos a assistir à emergência de novas necessidades do lado da procura imobiliária», nota a Worx. A consultora nota que existe uma grande percentagem de stock de escritórios desadequado em relação às exigências e necessidades de grande parte das empresas, entre as quais startups.
Este universo, que é cada vez mais significativo, encontra resposta em vários espaços de cowork ou hubs criativos construídos enquanto polos de inovação. Em Lisboa existem 18 incubadoras e aceleradoras e mais de 40 espaços de coworking.
Coloca-se a questão se o mercado de escritórios estará pronto para novas dinâmicas de trabalho, como as startups, que já vieram mudar o paradigma da oferta e da procura. Espaços amplos, salas de brainstorming e convívio, ou hot-desks fazem parte desta nova “era”. Até porque, com o crescimento destas novas empresas, de um espaço de coworking podem passar para um edifício completo em relativamente pouco tempo, conforme o seu sucesso. E, em vários casos, as suas necessidades de espaço igualam-se a qualquer outra empresa de média/grande dimensão.
Mas o pipeline de novos escritórios fica aquém da procura que existe, e assente em promoção com contratos de pré-arrendamento, o que não se adequa a este nicho de mercado. A Worx considera que, apesar de estar «em emergência e não podendo ser comparado com outros mercados europeus onde o universo das startups tem um maior grau de maturidade, não poderá ser subestimado pelos diferentes players de mercado: promotores, investidores e consultores imobiliários».
A consultora nota que «se queremos posicionar Lisboa no mapa das cidades mais inovadoras da Europa, na linha da frente de atração de investimento internacional, há que apostar igualmente na qualidade dos espaços de escritórios e abrir o espetro de oferta às novas realidades empresariais que ditam agora as novas regras de ocupação».