Decorreu até domingo a 8ª edição deste evento, sob o mote “um salão de oportunidades”. O balanço, segundo Ricardo Simões, «é extremamente positivo», explica em entrevista à VI, atestando «um interesse fortíssimo por parte dos visitantes».
A procura francesa já não é uma novidade no mercado português, mas está a diversificar-se: «não são só reformados, mas também população ativa», explica o responsável. Além disso, «temos agora condições para uma estabilização dos preços», o que, garante, «também seduz os investidores», além dos benefícios fiscais. «É um contexto que cativa esse público: o acolhimento das pessoas, as oportunidades que descobrem, no litoral, em Lisboa, no Porto, no interior, muitos desses investimentos partem de uma visita ao salão».
Depois da aquisição do salão pelo empresário francês Marc Laufer, a Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa mantém-se parceiro institucional do evento. Carlos Vinhas Pereira, presidente da CCIFP, confirma que «as nossas expetativas são cumpridas. Este salão já é um evento regular que faz parte da agenda».
Este responsável afirma que «hoje todos os sinais estão verdes para comprar em Portugal», e avança que «já temos muitos investidores institucionais e não só particulares, agora que os ratings de Portugal estão a subir. Estão a dar o impulso extra que o país precisa em termos imobiliários. E estamos a falar também de imobiliário para o mercado nacional, não só francês. São investidores que decidiram investir muito em Portugal. Basta um para incentivar outros».
Luís Lima, presidente da APEMIP, por seu lado, reforça a importância daqueles que «continuam a ser os primeiros compradores estrangeiros que adquirem habitação em Portugal. Por isso, a APEMIP tem de estar presente, faz parte do nosso projeto de internacionalização». Os franceses «adquirem habitação no país todo, e não detetamos abrandamento nos negócios. Além disso, são os nossos melhores embaixadores a divulgar o país», conclui.
Turismo de Portugal promove o destino no salão
Este ano, o Turismo de Portugal garantiu um stand próprio no SITPP, «numa altura em que o mercado francês é o nosso segundo principal mercado, tivemos cerca de 3,2 milhões de visitantes franceses no ano passado», avança a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, à VI.
«O salão afirmou-se não só como uma oportunidade de promoção de oportunidades de investimento em Portugal, mas também como uma montra de divulgação e promoção turística. Por isso, o Turismo de Portugal decidiu mostrar as várias experiências turísticas que existem no país».
Por outro lado, «este é um momento muito bom para o turismo residencial e para os resorts portugueses», acredita Pedro Fontaínhas, da Associação Portuguesa de Resorts, presente no certame em parceria com o Turismo de Portugal, «para representar Portugal de uma forma global».
«O mercado francês continua a ser um dos que mais rapidamente cresce, e por isso, do ponto de vista imobiliário, continuamos a ter muito interesse». Além disso, está convicto de que as vertentes turística e imobiliária se reforçam mutuamente: «muitos compradores decidem fixar-se em Portugal depois de uma visita bem sucedida».
Um mercado que “gosta de descobrir todo o país”
Portugal já é o 4º destino internacional para os turistas franceses, mas «é mais do que um destino de férias», segundo Jean Pierre Pinheiro, diretor do Turismo de Portugal em Paris.
«Portugal é visto como um destino para investir, para viver, para estudar, ou mesmo para filmar. É um destino multifacetado». Interessante no mercado francês, considera, é o facto de que «é um mercado muito disperso no território, vai a todas as regiões de Portugal, o Alentejo e Centro por exemplo têm sido das regiões que mais crescem a nível do turismo francês. É um mercado que gosta de descobrir todo o país».
O argumento fiscal «ajudou a comunicar o destino e atrair os investidores. Mas olhando agora para os resultados, a grande maioria dos franceses que se estão a instalar em Portugal não são os que pagam muitos impostos». Clima, segurança, bem-estar e qualidade de vida justificam a escolha, mas também o ganho de poder de compra, mesmo para a classe média.
Invest Lisboa leva vários parceiros em stand próprio
Este ano, a Invest Lisboa marcou presença no SITPP com um stand conjunto com 6 empresas parceiras, nomeadamente das áreas da arquitetura, imobiliário, instalação de empresas em Portugal ou de advocacia.
Diogo Ivo Cruz, da Invest Lisboa, afirma que «há muitos franceses interessados no mercado português, motivados por várias questões diferentes, além de que a comunidade francesa em Portugal tem vindo a crescer. Prova disso é que os nossos parceiros continuam a apostar neste mercado».