Reabilitação urbana coloca Portugal no mapa

Reabilitação urbana coloca Portugal no mapa

A governante falava durante o seminário “Reabilitação Urbana em Lisboa”, que decorreu no passado dia 22 no Palácio Almada Carvalhais, organizado pelo Fundo Sete Colinas, a convite da Câmara Municipal de Lisboa, que se focou nesta atividade na capital. Para Ana Mendes Godinho, «é o momento certo para nos lembrarmos do que era Lisboa há 15 anos, e foi graças a esta reabilitação que Portugal chegou onde está em termos de afirmação, os números que temos não caíram do céu», numa altura em que «Portugal é o país para investir no imobiliário. É um país bom para viver, para trabalhar, e para estudar, um dos países mais pacíficos do mundo, todos nós temos de trabalhar e passar a mensagem».

A ideia principal deste seminário foi «mostrar o que o fundo tem feito, em estreita colaboração com a CML», segundo Luís Carita, administrador do CA da Silvip, SA, Fundo Sete Colinas, um fundo adquirido em maio do ano passado por um fundo institucional alemão e gerido pela Silvip. Para o arquieto André Jorge Catarino, arquiteto da Câmara Municipal de Lisboa, «estas intervenções são importantes, não há muitos promotores com uma carga de edifícios em intervenção tão grande», notou.

José Gil Duarte, Partner e CEO da Essentia, comentou neste encontro que «há um ano e meio uma convergência de interesses foi possível e concretizámos este projeto, que tem sido muito gratificante», um projeto que segue «uma lógica integrada entre a estratégia do fundo e a estratégia da cidade. Chamamos apenas equipas nacionais».

Para o diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, com a reabilitação urbana «a cidade ficou pronta para o investimento». Atualmente, este especialista calcula que Lisboa licencia 1 obra por dia, 90% das quais de reabilitação urbana, às quais acrescem mais de 1.000 obras por ano que dispensam alvarás ou avisos de comunicação prévia. Uma grande dinâmica que se «concentra no centro histórico» e que é também muito impulsionada pelo turismo.

Ricardo Guimarães nota também que houve uma «alteração na estrutura e tipologia de obras que têm vindo a ser colocadas no mercado, e há um crescimento do número de grandes intervenções», pois os valores de mercado já viabilizam este tipo de operação. E destaca também o «contágio» que se verifica entre as obras de recuperação do espaço público e as obras de reabilitação privadas.

Questionado sobre uma possível bolha imobiliária, o responsável partilhou que «julgo que hoje existe uma leitura de bolha porque a procura foi mais rápida que a oferta. Mas Lisboa tinha cerca de 4.000 prédios com necessidades de reabilitação a nível estrutural em 2011, e apenas 15% estará em curso. Daqui a uns tempos talvez tenhamos uma leitura diferente», comentou.

Os licenciamentos camarários foram outra das questões abordadas neste seminário, nomeadamente a sua possível morosidade. André Jorge Catarino avançou que o nível de licenciamentos foi baixando até 2014, mas «agora está a crescer muito. Vamos subir mais 10% o número de projetos face ao ano passado, e isto coloca questões que já estão a ser avaliadas», prometendo assim um reforço do capital humano no qual a CML já estará a trabalhar, por forma a dar vazão a este volume de trabalho.