Reabilitação alarga-se cada vez mais a outras zonas de Lisboa

Reabilitação alarga-se cada vez mais a outras zonas de Lisboa

A conclusão é da CBRE, apurada no recente Lisbon Residential Brick Index, que mostra que ao longo do último ano foi transacionado um número significativo de edifícios para reabilitação, incluindo 2 grandes portfólios adquiridos por um investidor internacional, que integram cerca de 30 imóveis localizados em Lisboa.

Cristina Arouca, diretora de Research da CBRE, comenta que «a cidade de Lisboa observou ao longo de 2016 um aumento significativo no desenvolvimento de novos edifícios residenciais. São predominantemente projetos de reabilitação, localizados no centro histórico e muito vocacionados para o turismo, na forma de arrendamento de curta duração, e para o mercado estrangeiro. No entanto, a construção começa a expandir-se para outras zonas da cidade, com um maior número de desenvolvimentos de construção de raiz e mais vocacionados para o mercado doméstico».

Agora, diminui o número de edifícios por reabilitar para venda no centro histórico da capital, e assim é de esperar a expansão da promoção para outras zonas da cidade, e mesmo a construção de mais projetos de raiz com maior dimensão.

Segundo o levantamento da CBRE, estão em construção mais de 180 edifícios em Lisboa, a maior parte deles de reabilitação. Cerca de 100 deverão ficar concluídos até ao final do ano, mais 89% que no ano passado, colocando no mercado mais de 1.000 novas frações. As zonas que concentram mais edifícios em construção são a Baixa e o Castelo, com 40 projetos em curso. De notar o crescimento de projetos nas Avenidas Novas, Campo de Ourique, Estrela ou Lapa.

Em 2016, terão sido concluídos cerca de 53 edifícios de habitação em Lisboa, mais 13 que no ano anterior, e num total de 550 frações.

A confirmar a elevada procura neste mercado está o facto de que estão disponíveis para venda apenas 5% do total de fogos concluídos no ano passado. Francisco Sottomayor, diretor de promoção da CBRE, explica que «à semelhança do verificado no ano anterior, o número de apartamentos de dimensões reduzidas, isto é, estúdios, T1 ou T2, continua a representar 65% da atual oferta em comercialização, confirmando o claro posicionamento para o investimento no mercado de arrendamento de curta duração, resultante do boom turístico a que se tem assistido na cidade». O preço médio dos fogos em construção e comercialização é de 5.960€/m², mais 7% que em 2015, com os máximos a atingir os 12.000€/m².

Falando durante a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, Francisco Sottomayor apontou que «apesar de o volume de vendas estar próximo de níveis pré crise e a ultrapassar os mesmos em Lisboa, estamos muito além dos níveis de financiamento do passado», pois «as pessoas cada vez menos acreditam que ter o dinheiro parado no banco é interessante».

Paralelamente, o valor dos arrendamentos em Lisboa continua a subir, tendo crescido 23% em 2016. O valor médio dos arrendamentos contratados na cidade foi de 830 euros por mês, sendo que o valor chega aos 1.070 euros no caso dos fogos novos. Os preços são mais caros nas zonas residenciais de Lisboa, como o Parque das Nações ou as Avenidas Novas, com preços médios de 1.080 e 998 euros mensais, respetivamente.