O aviso é da APPII, que alerta que «uma das grandes tendências para este ano e que é em si mesma um importante ponto de viragem é a construção nova fora dos centros urbanos para a classe média e estrangeira».
A associação tem registado «uma nova vaga de estrangeiros de classe média» que procura «uma residência permanente ou temporária em Portugal», entre os quais muitos franceses e brasileiros, islandeses ou noruegueses, entre outros. A construção nova deverá responder a esta procura: «está aí o regresso dos projetos fora dos centros urbanos e dos projetos para segmentos mais baixos».
«2018 vai ficar marcado pelo regresso de alguns projetos fora do segmento alto», para um público mais abrangente, acredita a APPII. «Esta tendência é da maior importância e em muito contribuirá para construirmos um mercado em equilíbrio, que é para todos e que, se assim for, certamente nos trará um mercado mais sustentável e de longo prazo. É muito importante que lutemos todos – stakeholders, Estado Central, Autarquias e demais entidades pública e privadas que compõem o nosso setor – por um mercado em equilíbrio, que seja atrativo tanto para os estrangeiros, mas que seja também acessível aos portugueses e em especial que seja acessível aos jovens».
Além da necessidade de novo produto residencial, a desenvolver em paralelo com a reabilitação urbana, a associação alerta para a necessidade de novos escritórios, ofertas que devem ser incentivadas «com fatores de descriminação positiva» da construção fora dos centros urbanos ou das zonas prime. Os promotores pedem uma redução do IVA da construção (ou no arrendamento) de 23% para 6% como no caso da reabilitação, argumentando que «tal não representaria um custo nas contas do Estado e não seria sequer um prejuízo orçamental, visto que sendo atualmente a construção nova praticamente inexistente a consequência é que não gera por isso qualquer encaixe fiscal».