No 1º trimestre deste ano, o preço de venda das casas voltou a crescer, registando uma subida homóloga entre os 3% e os 22%, conforme os mercados menos e mais valorizados, respetivamente. Trata-se do 2º trimestre em que o crescimento homólogo dos preços abrange a totalidade dos 278 concelhos considerados neste indicador, sendo que o 4º trimestre de 2017 marcou o início desta transversalidade.
Ainda no 1º trimestre deste ano, verificou-se uma aceleração generalizada no valor de venda da habitação, já que no trimestre anterior as valorizações homólogas, ainda que igualmente uma realidade em todos os concelhos, partiram de 0,5%, atingindo mais de 20% nos municípios com maior crescimento de preços.
Em 80% dos concelhos, a subida sentida neste primeiro trimestre ronda os 10%, realidade já verificada no período anterior, quando o patamar de valorização concentrava 73% dos mercados concelhios. No período homólogo do ano passado, a tendência de valorização abrangia 85% dos concelhos, e 82% das subidas encontrava-se entre os 0,1% e os 5%.
Ricardo Guimarães, diretor da Ci, comenta que «o crescimento de preços tem vindo a ser cada vez mais abrangente em termos geográficos. Já desde meados de 2016 que começou a ser evidente uma alteração na realidade de mercado, deixando as subidas de acontecer somente nos centros históricos de Lisboa e Porto».
Explica que «a trajetória atual beneficia desse ciclo, mas deve-se também à retoma no crédito à habitação e ao aumento da procura interna por habitação dita “tradicional”. Se há um ano atrás, havia ainda 15 concelhos que apresentavam desvalorizações, 2017 encerrou já com uma subida comum a todos os municípios, iniciando-se 2018 não só com a confirmação desta transversalidade como com uma aceleração generalizada nas subidas, elevando a valorização mínima de 0,5% para 2,8».
Alterações no mapa da valorização
Nos primeiros 3 meses deste ano, há também que registar alterações ao mapa da valorização do mercado residencial. Lisboa e Cascais mantiveram-se como os mercados com maiores valorizações homólogas, superiores a 20%, mas o top 15 mudou significativamente.
No final de 2017, eram os concelhos do Algarve que dominavam as subidas dos preços. Mas em 2018, regista-se uma maior diversificação de regiões, tendo entrado para o top vários concelhos do distrito de Lisboa, a par de Viana do Castelo, Porto, Leiria, Setúbal, Aveiro, Santarém e Braga. Faro está presente apenas a par de Loulé, com uma valorização de 15,5%.
Destaque para o Porto, que apresentou a 3ª maior subida do país, com um crescimento de 19,4%, quando no trimestre anterior estava abaixo do top 20, com uma valorização de 11,1%.