Trata-se de um projeto da Oxy Capital, gestora de capital de risco que, através do fundo Aquarius, adquiriu este empreendimento que passou recentemente por um processo de insolvência. Seguindo um projeto do gabinete Sua Kay, este resort vai incluir forte componente de golfe, hotelaria e imobiliário, numa área de 230 hectares.
Os 268 lotes do terreno vão traduzir-se em 659 unidades de alojamento e 2.906 camas, apoiados por vários equipamentos e serviços, distribuídos por Villas, Twin Villas, e apartamentos, bem como 2 hotéis de 5 estrelas com 130 e 60 quartos. O desenvolvimento da 1ª fase destas unidades imobiliárias arranca ainda este ano, compreendendo 21 Villas e 56 Twin Villas. Já os hotéis aguardam a consolidação do projeto e o fim da negociação com marcas internacionais de 5 estrelas. Num prazo de 3 a 5 anos deverão começar a ser construídos, e entretanto o West Cliffs conta com a parceria do Resort Praia d’El Rey e do hotel Marriott como complemento à sua oferta de serviços, propriedade do mesmo fundo.
O West Cliffs vai começar a vender os lotes para estas villas, e partir daí os proprietários têm 2 anos para concluir a construção, seguindo um dos projetos-modelo do resort ou apresentando um projeto próprio que terá de ser aprovado pelo empreendimento. No entanto, o projeto vai disponibilizar as moradias geminadas já construídas, que devem começar a ser construídas em setembro. De acordo com Pedro Pinto, responsável pela área comercial do resort, «não há ainda tabela de preços», devido ao contexto de insolvência do projeto, mas os preços deverão rondar os 450.000 euros no caso das moradias geminadas e entre os 300.000 e os 400.000 no caso dos lotes para as villas, sendo estes «apenas preços indicativos».
O centro das atenções será o campo de golfe de 18 buracos projetado por Cynthia Dye, apoiado por academia e loja de golfe, Club House, receção, club de residentes, ou restaurante e bar com vista panorâmica. O campo já está em pleno funcionamento, o primeiro a inaugurar em Portugal desde 2012. Será o primeiro na Europa e o 3º no mundo a receber a certificação GEO On Course, que tem em conta toda a sustentabilidade do campo.
Dos 21,5 milhões de euros já investidos até à data, 7 milhões dizem respeito à área de golfe e 14,5 milhões às infraestruturas gerais do empreendimento. O projeto contou também com um financiamento de 3,5 milhões de euros para a área de golfe no âmbito do Portugal 2020 – Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial.
Projeto «é um sinal de confiança dos agentes no turismo e no golf»
Para o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o West Cliffs é «um sinal de confiança dos agentes no turismo e no golf», e contribui para «expandir o turismo pelas restantes zonas do território» nacional. «É um símbolo do turismo de qualidade, com emprego estável», notou na inauguração oficial do empreendimento na passada 6ª feira.
Joaquim Góis, representante da Oxy Capital, explicou na mesma ocasião que numa altura em que Portugal «é eleição no turismo, temos um cluster de golfe na região reforçado. Estão reunidas as condições para se investir nesta região».
E este projeto «não é mais um resort, é para quem procura valor acrescentado, aproveitando as caraterísticas deste campo, a qualidade do alojamento que podemos assegurar, e serviços de valor acrescentado» como F&B, uma das áreas em que mais vai apostar, seguindo «todos os requisitos de sustentabilidade ambiental, desde os materiais às espécies envolventes. Quisemos minimizar o impacto do campo», avançou.
O West Cliffs é desenvolvido no ativo da massa insolvente da Crissier, o que, segundo os responsáveis, foi possível graças à articulação do administrador de insolvência, Jorge Calvete, e dos respetivos credores, entre os quais o Fundo Aquarius. Será desenvolvido em sinergia como campo de golfe da Praia DÉl Rey e o hotel Marriott Praia d’El Rey, através de uma gestão conjunta e centralizada.