Já foi, assim, assinado o protocolo de cedência ao município de Lisboa pelo Estado português, por um período de 50 anos, do espaço e edifícios da Ala Sul da Manutenção Militar, onde nascerá a nova incubadora de empresas, essencialmente artísticas e criativas. Para Fernando Medina, trata-se de «um passo importante para o futuro da cidade de Lisboa» e para o desenvolvimento da zona oriental da cidade, já que este projeto deverá ajudar a requalificar e dinamizar este troço de frente ribeirinha.
«Não se trata de um projeto isolado, insere-se na estratégia de reabilitação urbana desta zona da cidade, que se estende até ao vale de Chelas». Até porque «o processo de transformação de Lisboa faz-se apostando nas indústrias do século XXI», nomeadamente a criatividade, o digital e o conhecimento, «preservando a memória da indústria» antiga que se fazia no espaço.
Com capacidade para acolher até 3.000 postos de trabalho, «este espaço será um polo de criação de emprego e artes que a cidade ainda não tem, e um dos maiores da Europa. Vai crescer de forma orgânica», explicou o autarca, que avançou ainda que o espaço será gerido pela Startup Lisboa. Garantiu que «até ao final do ano vamos ter o masterplan de uso pronto». «Teremos zonas para incubadoras, espaços de restauração, residências de artistas, ou zonas de apoio», entre outras.
A ideia é também que o hub esteja em funcionamento durante o Web Summit, que se realiza em Lisboa nos próximos 3 anos. «Queremos atrair a atenção de quem vai estar de olhos postos em Lisboa, atraindo talentos», referiu ainda Medina.
Para o Primeiro Ministro, António Costa, «o país só se pode desenvolver com investimento, conhecimento, inovação e qualificação», objetivos desde já apresentados no Plano Nacional de Reformas, e o hub vai ao seu encontro: «Queremos que o Web Summit não seja só um evento que passa na agenda da cidade, mas também uma oportunidade para desenvolver um ecossistema forte de empresas em Lisboa». E lembrou que este projeto é semelhante ao projeto do antigo Matadouro do Porto, que está já a ser levado a cabo, funcionando «em paralelo».
«Estes espaços têm de assegurar a coesão social e territorial, que alavanquem a regeneração urbana. Desde 1998 que se espera a requalificação desta zona, ligando a Expo ao centro da cidade», concluiu.