As palavras são de José Almeida Guerra, vice presidente da APPII, que falava na mais recente Executive Breakfast Session organizada pela associação em Lisboa, no Hotel Tivoli, e que convidou Nuno Ribeiro, Portugal Country Manager da Fabernovel para partilhar a sua experiência sobre o tema “As Casas do Futuro”. A empresa é uma agência de consultoria de negócio, e trabalha para vários setores.
Numa smart home, a eficiência energética é um dos principais requisitos, e há cada vez mais procura por equipamentos que tornem uma casa autossuficiente, como painéis solares, telhas solares ou baterias de grande capacidade, para evitar a compra de energia elétrica à rede pública. Mas todos estes materiais e tecnologias são ainda um grande custo acrescido num mercado que precisas de casas «não tão caras, até porque temos pouca mão-de-obra», lembra Almeida Guerra. Por isso, impõe-se uma baixa dos preços.
Com o avanço da tecnologia, «os custos vão baixar e, em algum ponto no tempo, esta será rentável», acredita Nuno Ribeiro. «Sabemos que as coisas vão acontecer, só não sabemos quando. Mas o imobiliário tem de pensar à frente, tendo em conta que o mercado vai mudar, para não ficar para trás».
Por outro lado, a domótica vai estar cada vez mais presente, nomeadamente através de câmaras ou fechaduras e eletrodomésticos, conectados com os smartphones, o que «levanta grandes questões de segurança, que são o grande desafio dos objetos conectados».
Smart Cities são o grande objetivo
Recentemente, a Fabernovel elaborou um estudo extensivo sobre a Tesla, empresa que começou a ser conhecida pela indústria automóvel, mas um dos seus grandes objetivos é «construir uma rede e uma plataforma que liga os painéis solares aos carros e às casas, e posicionar-se como um orquestrador da rede elétrica privada das várias empresas. A vantagem competitiva passa, por exemplo, pelos custos de produção, especialmente em relação a empresas. O primeiro passo é o armazenamento, e cada vez mais vão surgir novas empresas nesta área».
Nestas cidades, a propriedade do carro deixará de ser regra: «da mesma forma que temos hoje investidores imobiliários que compram um imóvel e o arrendam, teremos compradores de carros num modelo semelhante», num modelo circular que «cria valor para a procura e para a oferta, tal como plataformas como a Uber ou a Airbnb que não detêm os bens», exemplifica.
Nesta transição, a primeira preocupação será com o carregamento do carro elétrico, pois os imóveis terão de o permitir de origem. A questão seguinte, considera Nuno Ribeiro, será o custo do carregamento, que «pode mesmo vir a ser mais caro que um carro a diesel».