O relatório “Mercado de Escritórios do Porto” foi esta semana apresentado pela C&W e pela Predibisa, em parceria com a Câmara Municipal do Porto. Segundo o mesmo, o dinamismo é evidente, mas «apenas 10% da oferta é considerada de qualidade alta». Depois deste levantamento exaustivo, «a oferta é maior do que se pensava, mas em termos de qualidade deixa a desejar», completou este responsável.
Este segmento é essencial para «a dinamização da cidade e para criar emprego», notou Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, também presente na ocasião. «O Porto está entre as melhores cidades do futuro para investir», recordando que o Porto já atrai startups a nível internacional. «Há que reabilitar fábricas e armazéns para instalar grandes empresas» que procuram o destino, salientando as zonas Oriental, Campanhã e do Bonfim, para onde os players internacionais já começam a olhar.
Segundo estimativas da Predibisa e da C&W, a procura anual registada em 2015 e 2016 no Porto aumentou consideravelmente para valores anuais entre os 30.000 e os 40.000m². Mas a qualidade da oferta é um dos fatores que está a condicionar o desenvolvimento do mercado, e pode ser decisiva na opção de localização dos grandes ocupantes, que têm várias cidades como alternativa. Neste momento, o Grande Porto tem grande potencial de reconversão, o que pode ser oportunidade para promotores e investidores. Até porque o nível de investimento institucional tem ainda uma dimensão reduzida no Porto, que representa 13% das propriedades.
Este estudo mostra que é no concelho do Porto que se concentra a maior parte da oferta de escritórios da região, com um stock total de cerca de 800.000m² (55% do total), repartidos por mais de 200 edifícios. A zona da Boavista tem a maioria da oferta e dos escritórios com maior qualidade.
Por outro lado, no Grande Porto a oferta total de escritórios aproxima-se dos 1,5 milhões de metros quadrados de ABL, distribuídos por mais de 400 empreendimentos, sendo que Gaia tem a maior oferta, de mais de 240.000m² e 70 projetos. Maia e Matosinhos concentram 14,5% e 14% da oferta, respetivamente.
Nota ainda para os níveis de desocupação do concelho do Porto, que representam 69% da área total em oferta. A taxa de desocupação é de 14% na cidade, essencialmente distribuída pela zona Oriental e da Baixa.
No Porto, as rendas prime da cidade são praticadas na zona da Boavista, o CBD, com valores médios entre os 12 e os 14 euros/m²/mês. A Zona Empresarial do Porto tem os valores mais altos, a seguir à Boavista, entre os 10 e os 12 euros/m²/mês.
Num futuro próximo, a Área Metropolitana do Porto poderá consolidar esta atratividade recente no que concerne o mercado internacional. A oferta de qualidade deverá crescer, nomeadamente pela via da reabilitação. Dentro de alguns anos, o mercado poderá vir a ser também mais profissionalizado.