Istambul tem 12 milhões de habitantes e uma construção «pior do que a que existe na capital portuguesa», segundo este responsável, e tem por isso um maior risco que Lisboa, onde «a falta de prevenção e de fiscalização da construção e da reabilitação de edifícios que não inclui o reforço sísmico das casas, que está previsto num regulamento de 1958», cita o Económico. «Não conseguimos prever quando será o próximo» sismo semelhante ao de 1755.
Além da proximidade de falhas sísmicas, Lisboa está sobre vários epicentros. «Não temos uma sismicidade elevada mas o risco é alto pela exposição e vulnerabilidade. Enquanto em Itália a sismicidade se concentra nas cadeias montanhosas, em Portugal é em zonas densamente povoadas, como Lisboa e Vale do Tejo e Algarve», explica Alfredo Campos Costa, chefe do Núcleo de Engenharia Sísmica e Dinâmica de Estruturas do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Aponta que «há um parque de edifícios velhos e desocupados em Lisboa e Setúbal e algumas dessas casas estão a ser reabilitadas. Ou seja, estão a colocar pessoas a viver nessas casas, o que é aumentar o risco».
A acontecer um novo sismo forte, poderiam morrer entre 20.000 a 30.000 pessoas, calcula este especialista.
Esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Proteção Civil vai realizar a ação A Terra Treme, assinalando o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes.