Lisboa, Porto e Braga concentram o maior número de centros partilhados

Lisboa, Porto e Braga concentram o maior número de centros partilhados

 

Esta é uma das principais conclusões do primeiro estudo sobre “Centros de Serviços Partilhados em Portugal – Shared Services, A Real Estate Approach”, apresentado em Lisboa pela Savills Aguirre Newman. Lisboa concentra o maior número de centros partilhados, num total de mais de 20 centros na cidade. O Porto concentra 10 centros, e Braga mais de 5.

Esta evolução tem-se explicado com a crescente preocupação por parte das empresas no que se refere à otimização dos seus recursos internos. Os serviços partilhados pressupõem agora pontos de serviço estruturados e centralizados, e oferecem habitualmente funções nas áreas dos recursos humanos, contabilidade, tecnologias, entre outros. Entre as suas principais vantagens estão a ausência de barreiras geográficas, a melhoria das capacidades linguísticas dos colaboradores, a otimização de custos ou a personalização, que permitem a instalação destes centros em vários países.

Portugal é um dos favoritos pela qualidade dos seus recursos humanos, com mais de 73.000 diplomados por ano. Além disso, cerca de 40% dos estudantes falam uma ou mais línguas estrangeiras. A localização geográfica é outra das vantagens, próximo de outras cidades europeias ou de África. O setor imobiliário é considerado atrativo, e o país é o 3º mais pacífico do mundo.

Teresa Cachada, Analista do departamento de Consultoria da Savills Aguirre Newman, explica que «no que diz respeito à nossa realidade, as empresas globais identificam Portugal, cada vez mais, como um país com características atrativas e distintas para posicionar e instalar os seus centros de serviços partilhados. A qualidade dos nossos recursos humanos é um fator de destaque e muito valorizada pelas empresas. A localização estratégica de Portugal, bem como as acessibilidades, estabilidade social e o forte investimento realizado em infraestruturas também são critérios relevantes e que fazem do nosso país uma opção cada vez mais clara e de destaque para as empresas deste setor».

O interesse alarga-se, no entanto, a outras regiões do país, como o Fundão, Setúbal ou a Figueira da Foz, que têm polos universitários que permitem a atração de mais talento, por um lado, e aportam custos mais baixos face aos grandes centros urbanos. Paulo Silva, Head of Country da Savills Aguirre Newman, explica que «não podemos avançar nomes de empresas, mas está muita coisa a acontecer no nosso país». A região Centro e o Alentejo são vistas como as novas zonas a explorar para este tipo de negócio.

 

Procura-se: edifícios centrais, modernos e próximos de transportes

Edifícios centrais, visíveis e com boa proximidade a serviços e acessos a transportes públicos são os principais requisitos das empresas que procuram instalar centros partilhados em Portugal, até porque a maioria da mão-de-obra é jovem, e a envolvente do edifício é também importante.

No interior dos espaços, procuram open spaces, apoiados por salas de reunião, copa, áreas técnicas, lugares de estacionamento, phone booths, espaços de convívio, think tanks, cantina ou capacidade de expansão.

Paulo Silva avança que a consultora está a trabalhar numa nova ocupação de centros partilhados de 19.000 m² na zona de Alcântara, em Lisboa. No Parque das Nações, está a ser reabilitado um edifício que terá uma área de escritórios de 9.000 m². 15.000 m² estão a ser negociados no Porto, aos quais se juntam outros 7.000 m².  E alerta que «a habitação junto aos escritórios começa a ser muito importante, para criar condições para quem vem do estrangeiro para trabalhar para Portugal. Há muita dificuldade de encontrar espaço para responder a estas procuras».