Quem o diz é Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, que partilhou durante a XV Executive Breakfast da APPII a perceção e o trabalho que a AICEP tem vindo a desenvolver na atração de investimento, com especial foco no imobiliário.
Para este responsável, a importância dos “golden visa” mantém-se: «é importante atuar nos “golden visa”, qual é a imagem que os investidores têm quando não conseguem renovar o seu visto, por exemplo?», questiona. «É uma ferramenta absolutamente essencial para angariar investimento e para aumentar a notoriedade do país, ajuda-nos a colocar Portugal no mapa». Além disso, «muitos deles ficam cá a viver». E dentro dos benefícios fiscais, reconhece também a importância do Regime de Residentes Não Habituais, «muito importante para empresas que querem trazer quadros seniors para o nosso país».
Por outro lado, o Brexit é também visto como uma oportunidade, e «a AICEP está a preparar algo específico», pois «com o Brexit há ingleses a procurar residência europeia, e vamos ter empresas que terão de se movimentar para Portugal». Para o responsável, o nosso país é «ultra competitivo» no segmento dos “middle offices”, escritórios de média dimensão que poderão ser relocalizados (não só pelo Brexit), e que mais facilmente encontram a infraestrutura que precisam do que um grande escritório de uma multinacional. Atesta que «temos muitos pedidos de quem quer vir cá conhecer os promotores e os vendedores, e é preciso sabermos que tipo de investidores o imobiliário quer captar».
Esta questão é ainda mais pertinente quando «a componente tecnológica da nossa balança de exportações é mais pesada, muito mais do que há alguns anos». Realçando os backoffices de software em crescimento, o responsável nota que «somos muito competitivos pelas nossas línguas, cultura, etc». Além disso, «a emergência de startups, que nos fazem boa imprensa, ajuda a posicionar Portugal como um país moderno».
Na experiência de Luís Castro Henriques, o fator mais indicado pelos investidores como a sua maior preocupação é o regime fiscal do país, «é um caminho de notoriedade que é preciso fazer», mas acredita também que «temos de trabalhar a nossa perceção, cada país é melhor na sua coisa, e estarmos entre os melhores países para investir não nos deve fazer ficar parados, mas sim termos noção do nosso valor».
Na sua intervenção, Luís Castro Henriques lembrou ainda a importância do turismo na economia portuguesa,diretamente ligado ao imobiliário, «um setor importante pelos efeitos diretos e indiretos que tem», bem como do crescimento do mercado universitário, pois «o número de estudantes está a crescer», bem como o que gastam em Portugal para estudar, montantes que já chegam aos 15.000 a 25.000 euros por ano, «e depois alguns querem cá ficar». Certo é que a AICEP se preocupa «em fomentar o investimento todo, não só estrangeiro, e não queremos perder nenhum cliente», conclui.