Na sua mais recente research trimestral Hotel Intelligence, a consultora nota que esta tendência será para manter, pelo menos, durante este ano, face às boas perspetivas de evolução da atividade turística e ao reforço da oferta hoteleira previsto para estas 3 regiões.
Karina Simões, Vice-President Portugal do Hotels & Hospitality Group da JLL, comenta que «as perspetivas para a atividade turística nestas três regiões são muito positivas para 2017, prevendo-se mais turistas, e principalmente turistas com maior capacidade financeira, com impacto direto nos proveitos e RevPAR. A par deste aumento da procura, também a oferta hoteleira será reforçada, além de ser mais diversificada e qualificada».
Por outro lado, realça que «o mercado de investimento em hotéis já beneficiou desta conjuntura positiva em 2016 e os investidores estão cada vez mais atentos a Portugal, mostrando-se muito confiantes no potencial de evolução da procura turística. Isso, associado às oportunidades que se abrem com a nova oferta de hotéis prevista para as três regiões, vai impulsionar ainda mais o investimento em ativos deste género».
A atratividade de Lisboa deve-se muito a um ano recorde a nível de RevPar, que cresceu 8,1% para os 74 euros, impulsionado sobretudo pela subida de 7,1% no preço médio por quarto para os 100 euros, com uma taxa de ocupação de 74,3%. Neste cenário, em 2016, abriram 10 novos hotéis na cidade, e nos próximos 2 anos deverão abrir 21 novas unidades.
Já o Porto, com um crescimento de 16,9% no RevPar para os 61 euros e ocupação de 73,7%, destaca-se também por ter visto surgir no ano passado 15 novas unidades, e espera 6 novos hotéis só este ano. 10 outras unidades aguardam a provação camarária, segundo a JLL.
Destino turístico consolidado, o Algarve atrai mais atenções de players de capitais privados, high net worth individuals e investidores institucionais. Em 2016, a ocupação média foi de 60,6%, com um RevPar de 69 euros. Tem uma oferta atual de 138 unidades e 18.000 quartos, 80% dos quais de 4 e 5 estrelas.
Karina Simões nota ainda em relação ao investimento hoteleiro que «o grande desafio passará por conciliar a oferta e a procura. Toda a euforia em torno do turismo teve impacto obviamente no valor dos ativos e alguns proprietários começam a exigir yields em linha com países como Espanha, França e Reino Unido, quando do ponto de vista operacional, os indicadores ainda estão distanciados dessas realidades, apesar de registarem um forte crescimento. Este desencontro de expetativas pode inviabilizar a realização de algumas transações».