Internacionalização e ‘cooperação triangular’ são as apostas do Governo para o setor do imobiliário e construção

Internacionalização e ‘cooperação triangular’ são as apostas do Governo para o setor do imobiliário e construção

Estas foram as principais recomendações do Secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, durante o encontro, do dia 26 de julho, na Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) com cerca de 40 das maiores empresas do setor, promovido pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), e no qual foi debatido o tema ‘Internacionalização: Planeamento e Informação Estratégica para as Empresas do Setor da Construção e do Imobiliário’.

«O nosso mercado sempre foi insuficiente», um cenário agravado pela recessão económica, reconheceu o governante, sublinhando a importância da internacionalização e acrescentando o «grande potencial» das ‘parcerias triangular’ para o crescimento do setor. Uma estratégia que associa entidades portuguesas e entidades financeiras, empresas portuguesas e empresas de mercados estrangeiros.

«Vamos identificar o potencial que existe, ver que financiamento estrangeiro existe e desafiar empresas portuguesas a fazer candidaturas em mercados, seja através de parcerias, seja com cofinanciamentos», explicou Jorge Costa Oliveira.

Jorge Costa Oliveira não avançou quais os futuros projetos, nem datas para entrega de candidaturas, mas falou do Senegal, onde se localiza uma das empreitadas «com mais interesse e potencial» e que envolve um «forte financiamento do Banco Europeu de Investimentos».

O governante está otimista e confiante de que as oportunidades vão surgir porque «as empresas portuguesas têm conhecimento e uma grande capacidade de adaptação ao terreno».

A CPCI, representada pelo seu presidente Reis Campos, revelou satisfação não só com a abertura ao diálogo desta secretaria de Estado, mas também com a colaboração que tem existido entre as duas entidades e que já está a dar frutos com as recentes ‘missões’ na China e no Irão.

Sobre o desafio para a ‘cooperação triangular’, Reis Campos apontou que «as parcerias fazem todo o sentido», vincando que «os esforços que as empresas fazem, tornam-nas mais fortes».

Este encontro serviu também para a confederação transmitir ao Governo algumas das preocupações do setor do imobiliário e da construção. Em cima da mesa esteve a «delicada situação do mercado angolano».

Os últimos dados da CPCI revelam que o setor do imobiliário e construção representa no volume de negócios no exterior de 10,4 mil milhões de euros, o que corresponde a 16,6% do volume de negócios de Portugal. Desses 10,4 mil milhões, 63% corresponde ao mercado africano, estando metade associado à atividade em Angola, de acordo com os últimos dados de 2014.

Reis Campos reconhece que «África para nós é um mercado significativo», no entanto, olhando para o futuro, o presidente da CPCI traça novas rotas importantes para o mercado, tais como «o Peru, Chile, Colômbia, Cuba, Paraguai e Uruguai». E conclui dizendo que, naturalmente, «faz todo o sentido que a Europa seja também um mercado prioritário para o nosso setor».