Apresentado esta terça-feira em Lisboa, o comportamento deste índice vem uma vez mais confirmar que «no longo prazo, o imobiliário posiciona-se com um comportamento francamente positivo face às obrigações e ações. É uma classe de ativos com um desempenho robusto e com muito menos volatilidade do que outros setores financeiros alternativos», afirmou o vice-presidente do MSCI Iberia, Luís Francisco. A suportar esta conclusão, o responsável mostrou que ao longo do histórico de 18 anos do Índice Português, o investimento imobiliário devolveu um retorno anualizado médio de 7,8%, constituído em 6,4% pela componente de rendas e 1,4% pela valorização de capital.
Em linha com estes números, momentos antes economista João Duque apresentou um exercício cujo resultado concluiu «a carteira de investimento “ótima” no período entre 2004 e 2015 seria constituída em 70% por ativos imobiliários e em 30% por obrigações do tesouro». E, foi perentório: «o imobiliário, e não só por via da necessidade de fazer crescer a oferta, tem potencial para ser uma das grandes fontes de angariação de capital para a economia portuguesa. E é normal a e expectável que se mantenha sempre como uma componente fundamental para alocar carteiras de investimento. Por isso, «é que mesmo durante períodos de crise, alturas de menor procura ou de estabilização de preços, o imobiliário é sempre uma boa opção para investir!», conclui.
Portugal devolve o 7º maior retorno a nível internacional
Os dados do MSCI Ibéria, colocam também em evidência a também o bom desempenho do mercado português no contexto internacional. «Em 2017, Portugal continuou a devolver retornos superiores à média Europeia, com os 11.4% do Índice Português a superar os 9.1% aferidos no Índice Imobiliário Pan-Europeu», disse o responsável, sublinhando ainda que o nosso país «se posiciona em 7º lugar no ranking dos 25 mercados internacionais analisados pelo MSCI». Algo que, considera Luís Francisco, «se reflete positivamente no apetite dos investidores pelo país».
Nota positiva também para o facto de «a valorização dos ativos ter acelerado em 2017», referiu o representante do MSCI, acrescentando que esta componente foi especialmente evidente no caso dos escritórios, «onde foi registada uma recuperação de 0,5% pela primeira vez em cinco anos». Contas feitas, os escritórios devolveram um retorno de 5,5% aos investidores no ano passado, «o melhor resultado dos últimos anos, entrando finalmente em rota de recuperação».
Uma vez mais, o segmento de centros comerciais foi o que devolveu retornos superiores aos investidores em Portugal: 18,6%, dos quais 7,8% pela via da valorização do capital. O Industrial também segue a recuperar, com um retorno total de 4,9%, ainda que nesta classe de ativos a valorização do capital ainda se mantenha em terreno negativo (-0,8%).