A escassez de ativos e a escalada de preços em Lisboa conduziram a procura para o Porto. Uma dinâmica que começa a contagiar as áreas envolventes numa tendência de «descentralização da procura imobiliária», afirmou o presidente da APEMIP, que falava no dia 7 de junho, no Salão Imobiliário do Porto.
As autarquias confirmam este cenário. «A pressão expande-se do Porto para as áreas periféricas», referiu Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, a zona mais contígua à cidade Invicta. E acrescenta que «não se trata apenas do setor residencial, a procura começa a aumentar também nos setores da indústria e logística».
Reabilitação urbana não é suficiente, «é necessária construção nova»
«O principal fator para o aumento dos preços é a ausência de stock», afirmou Luís Lima. «O problema não está na procura. Aliás tentar bloquear a procura é um enorme erro», alertou, sublinhando que «é necessária obra nova». «A reabilitação urbana faz parte da solução. Claro que sim, mas já não chega. Precisamos de aumentar e diversificar o stock».
A opinião é partilhada por Manuel Reis Campos, presidente da AICCOPN. «Estamos no bom caminho. 2018 vai ser um ano de crescimento do volume das transações, de investimento nacional e estrangeiro, de turismo», mas sublinha que «é conveniente que não haja excessos», um equilíbrio para o qual a construção nova pode contribuir.
«Não há uma bolha imobiliária!»
Para o presidente da AICCOPN «não há uma bolha imobiliária» e os números comprovam-no. Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, reconhece que «há um claro sobreaquecimento dos preços, mas em áreas muito circunscritas, são pontos concretos e não a realidade nacional. A média geral do índice de preços está ainda abaixo dos números de 2007».
Este debate decorreu no primeiro dia do SIP, numa sessão promovida pela Century 21. Durante 4 dias, entre 7 e 10 de junho, o SIP animou o maior Pavilhão da Exponor, um espaço expositivo de mais de 8.000 m2, com vários workshops, conferências e debates.