Imobiliário diversifica-se em busca de novas oportunidades

Imobiliário diversifica-se em busca de novas oportunidades

Esta conferência do Urban Land Institute acontece anualmente em Paris, reunindo mais de 500 líderes de opinião, permitindo todos os anos ter uma clara leitura do mundo em que vivemos.

O caminho da diversificação é desde logo apontada por investidores globais. Nathalie Palladitcheff representa a Ivanhoe Cambridge, fundo de pensões canadiano e um dos grandes investidores em imobiliário, é clara na sua mensagem: «há hoje mais locais onde avaliamos e realizamos investimento e que fizeram um grande progresso nos últimos 10 anos, quer em mercados como em cidades emergentes». Uma visão partilhada por François Trausch que em representação da Allianz RE, destaca a oportunidade de investir em mercados como China, onde além de realizar investimentos encontra parceiros para co-investir em outros mercados.

A diversificação não é apenas geográfica. A Ivanhoe Cambridge está a alocar mais recursos a novas tipologias de produtos imobiliários, com destaque para habitação, habitação social ou alojamento de estudantes. O investimento está a acontecer, com o portfólio deste investidor a crescer de €1bi para €10bi em residencial de rendimento, com especial foco no Reino Unido e nos EUA.

François Trausch destaca que o envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida, tem vindo a representar um aumento muito importante dos montantes sob gestão pelas companhias de seguros nos ramos vida e pelos fundos de pensões. É necessário poupar para mais anos de reforma, com o prolongar do pagamento das responsabilidades, sendo o investimento imobiliário a melhor forma de corresponder à gestão de planos de pensões de maior prazo.

Massimo Saletti, em representação da JP Morgan, alinha nesta visão e destaca o contributo dos REITs na Europa, que representam uma forma de investimento com maior liquidez e acrescida transparência, permitindo aumentar em muito o volume de capital que tem vindo a ser canalizado para o mercado imobiliário. Face à disponibilidade de capital, hoje a alavancagem financeira aceitável reduziu de forma dramática face ao anterior ciclo, contribuindo para a racionalidade dos investimentos e estabilidade do mercado. Uma ideia que tem o consenso do representante da Allianz, que reforça o fato da alavancagem do investimento em Londres ser agora de 50% a 60%, quando na década anterior atingia os 85%.