A responsável falava durante a conferência “Os modelos de financiamento do urbanismo e habitação”, que decorreu esta semana em Luanda, no Hotel Centro de Convenções de Talatona, no âmbito do plano nacional de habitação do executivo. Dadas a limitações e a sustentabilidade actual da dívida pública angolana, bem como a estabilidade do sistema bancário ou a prevenção do risco sistémico, Branca do Espírito Santo acredita que é necessária a captação de investimento estrangeiro ou a procura de materiais nacionais: «a forma de financiamento de projectos futuros, o papel do Estado no sector privado e dos diferentes segmentos do sistema financeiro, banca e mercado de capitais, têm que ser repensados».
O próprio Governo angolano está em busca de outras formas de financiamento, para dar continuidade ao Programa Nacional do Urbanismo e Habitação, por forma a minimizar a exposição financeira do Estado. Nhanga Kalunga de Assunção, secretário de Estado do Urbanismo, afirmou a propósito deste encontro que «convidamos o sector privado para encontrarmos outros modelos de financiamento para o referido programa, que passa pelo envolvimento dos bancos, seguradoras e de fundos de investimentos para fazer face a necessidade de habitação», cita a Angop. E remata que «esta conferência é o culminar dos trabalhos que temos estado a desenvolver com os vários parceiros e departamentos ministeriais, como da Justiça, Finanças, da Industria, e com o sector bancário».
Já Valentina Filipe, secretária de Estado das Finanças, afirmou no encerramento da conferência que «o tradicional financiamento do estado e da banca não consegue sustentar, nem é adequado que o faça, o desenvolvimento de um plano de urbanismo e habitação sendo, por isso, necessário a adopção de formas alternativas de financiamento. Uma delas é a mobilização de poupanças, através do mercado de capitais», explicou.
“Habitação e necessidades de financiamento” foi um dos temas abordados nesta conferência, apresentado por um representante do Fundo de Fomento Habitacional. Foram também identificados e expostos os principais desafios do mercado habitacional angolano, entre os quais o aumento demográfico ou a intensificação da migração interna, a taxa média de crescimento urbano, o melhoramento das condições de habitabilidade ou os incentivos à participação da banca.
Segundo o Jornal de Angola, este evento refletiu sobre o financiamento de projectos habitacionais, desafios e oportunidades do investimento neste tipo de projecto, ou sobre os constrangimentos do mercado imobiliário e as estruturas de financiamento alternativas, entre outros temas.