Apoiados pelo crescimento das vendas, à semelhança de outros players do mercado, a Home Hunting tem apostado na «otimização constante dos processos de negócio, no feedback dos clientes/equipa para melhoria contínua», ou em «canais de concretização inovadores, o foco na formação, a promoção de imóveis através de processos criteriosos, a identidade e a mensagem corporativa, a integração da equipa de agentes e o back-office assente na centralização de tarefas e segregação de funções, são os pilares que nos definem e permitem o nosso crescimento», explica Clara Moura, fundadora e CEO da Home Hunting, em entrevista à VI.
Até agora, o balanço é positivo: «o ano de2016 será o nosso primeiro ano completo na mediação imobiliária, e dados os resultados atingidos até à data, contamos terminar o ano com cerca de 200 imóveis angariados e 50 transações». A Home Hunting «partilha negócio» com várias agências imobiliárias, num regime em que «uma parte fornece o imóvel, e a outra parte fornece o cliente final. Temos trabalhado tanto com as principais redes de agências (Remax, C21, KW, Hall, Veigas) como agências individuais (Quintela e Penalva, Iad Portugal, etc.)».
«Temos sentido um pouco de tudo», atesta Clara Moura. «Trabalhamos com muitas famílias a fazerem o upgrade de habitação ou compra de 1ª habitação alavancado em financiamento bancário, sendo que este público representa cerca de 50% das nossas transações». E acredita que «a abertura do financiamento à compra de habitação veio dinamizar bastante o mercado, visto que grande parte destas famílias pede o limite de financiamento dado pelos bancos (80%)».
Por outro lado, de notar o peso dos investidores, «cuja esmagadora maioria compra com recurso a capitais próprios, representado cerca de 30% das nossas transações. A redução da rentabilidade nos produtos financeiros clássicos, juntamente com o potencial de negócio no arrendamento de curto/longo prazo aliado aos diversos benefícios na reabilitação urbana, veio motivar este público a ter uma presença mais forte no mercado imobiliário de habitação». E quem investe pretende maioritariamente colocar no arrendamento de curta duração, já que «a nossa sensibilidade é que a propensão para o arrendamento de longo prazo é reduzida», diz.
Não esquecer os estrangeiros motivados pela obtenção de “golden visa” ou Regime de Residente Não Habitual, que «procuram uma alternativa no nosso país, em particular na cidade de Lisboa. Entre os países com quem já concretizámos operações, que representam 20% das nossas transações, podemos referir França, Reino Unido, Finlândia e Emirados Árabes Unidos».
A Home Hunting trabalha essencialmente no concelho de Lisboa, mas está a alargar o seu leque de atuação às linhas de Sintra e Cascais, e a algumas zonas específicas dos concelhos limítrofes de Lisboa. A maior parte do portfólio é constituído por ativos residenciais, muitos dos quais remodelados e alguns construção nova. «Cerca de metade são de traça antiga, ao passo que a outra metade é de construção mais recente, a partir de 1970», diz a responsável.
Os preços variam conforme a localização e o tipo de imóvel, mas no caso de imóveis a precisar de obras em Lisboa, o preço ronda os 1.000 euros/m² e os 1.500 euros/m². Os fogos recuperados são transacionados com preços entre os 2.000 e os 3.000 euros/m², e a construção nova a partir dos 3.500 euros/m². As zonas ribeirinhas, Parque das Nações ou eixo Marquês-Saldanha concentram valores superiores aos transacionados no resto do concelho.
Segundo explica a responsável, «o ADN da Home Hunting assenta em tecnologia, serviço de qualidade e um profundo conhecimento das características dos bairros onde atuamos, sendo que estes princípios são traduzidos numa série de iniciativas que são levadas a cabo por nós».
Precisamente a nível da tecnologia, a Home Hunting aposta, por exemplo, em visitas virtuais 360º no seu site e no Facebook, e trabalha nos «vários mecanismos automáticos de interação com compradores e vendedores e a capacidade interna de dar resposta automática a múltiplos pedidos».
«Vemos o reflexo da nossa cultura e trabalho realizado através dos proprietários que trabalham connosco, seja porque somos a primeira escolha, seja porque vão mudar de agência para a Home Hunting, através dos proprietários que recomendam o nosso serviço a outras pessoas, através dos compradores que acompanham semanalmente todos os nossos conteúdos e imóveis, e das múltiplas interações que fazem connosco, através dos vários pedidos de recrutamento que recebemos semanalmente, entre outros», explica Clara Moura.
Um dos grandes focos da empresa é precisamente o backoffice: «para nós, sempre foi muito importante oferecer um nível de serviço excelente, que não se diluísse ao longo do processo. Para isso, decidimos centralizar todas as operações na equipa de backoffice, que promove, gere, acompanha e mantém informado o cliente durante todo o processo. Esta equipa apoia e trabalha lado-a-lado com os nossos agentes, que garantem uma experiência única e personalizada a casa um dos nossos clientes. Todo este processo é fluído, constante e suportado por tecnologia, o que nos permite reduzir tempo e custos, e ao mesmo tempo fornecer uma experiência de valor acrescentado aos nossos clientes», explica Clara Moura.
Para o próximo ano, a empresa tem «algumas cidades já pensadas, para dar um próximo passo, quer dentro quer fora de Portugal. No entanto, só devemos avançar nesse sentido em 2017». Até lá, a equipa vai continuar a crescer de 15 para os 20 colaboradores.