Habitação social em debate na ULI Europe Conference 2017

Habitação social em debate na ULI Europe Conference 2017

Na realidade, traduz uma preocupação da ULI que se prepara para publicar um interessante research, que demonstra que este é um problema em todas as grandes cidades do mundo desenvolvido. Com a valorização do mercado imobiliário no centro das cidades, que espaços de futuro estamos hoje a construir? Se as pessoas que trabalham nas cidades e fazem acontecer a sua vida não encontram uma habitação que possam comprar, o que estamos a fazer?

A qualidade de vida das populações diminuí de forma drástica, com longos períodos de viagem casa – trabalho e com uma pressão de investimento público, nomeadamente em transporte público, que é impossível de suportar pelos governos no atual contexto económico. Além de não ser ambientalmente sustentável pela pressão de carbono em mais e mais quilómetros.

Uma realidade expressa de forma muito crua e urgente pelo Deputy Mayor de habitação de Londres, James Murray,  que expôs o plano de Londres de forma muito clara. Considerando que não é suficiente, a política atual de licenciamento de nova construção em Londres que obriga a que 30% de cada nova promoção imobiliária seja destinada a habitação a preços controlados. Uma política que é consistente e está a ser praticada à vários anos e que ganhou consenso político. O desafio é considerar que esta medida ainda não é suficiente e avaliam novas medidas para acelerar a produção de habitação em geral, com a preocupação de manter sempre uma parte de habitação a custos controlados.

O representante de Estocolmo alinha nesta visão, com um plano de promoção de solo para trazer à cidade 40 mil novas habitações até 2020. A preocupação é decalcada, para permitir um crescimento também nas franjas de população mais desfavorecida.

E a crise dos refugiados...?

E como o mercado imobiliário vai reagir à crise dos refugiados? O tema também entrou na Conferência ULI com direito a um painel de debate. O research da ULI assinala o impacto positivo que a emigração tem no crescimento do PIB dos países e das cidades, representando a emigração uma injeção de mão de obra barata, que é essencial para alimentar o crescimento das grandes cidades. O desafio é o de alojar estes novos residentes de formas definitivas, mas condignas.

O imobiliário comercial obsoleto e a sua reconversão para habitação é uma solução apontada em várias cidades que tem esta capacidade, nomeadamente na Alemanha e algumas cidades americanas. Quer seja em zonas centrais das cidades, quer em zonas de reconversão industrial em locais agora centrais, são apontadas como oportunidade para o investimento imobiliário. Além de poderem constituir um interessante e rentável investimento, corresponde à responsabilidade corporativa que grandes empresas devem acautelar no seu envolvimento social.