No seu último Relatório Global de Estabilidade Financeira, o fundo dedica um capítulo inteiro ao tema (Chapter 3: House Price Synchronization: What Role for Financial Factors), no qual analisa a evolução real dos preços das casas «em 40 das mais avançadas e emergentes economias e nas suas 44 maiores cidades no período compreendido entre 2013 e 2017 – Portugal e Lisboa incluídos.
Na maioria dos mercados internacionais analisados (31) os preços da habitação evoluíram positivamente nos últimos quatro anos, embora a ritmos bastante diferentes, o que reflete o movimento de recuperação da economia mundial e das condições financeiras, bem como o aumento da presença de investidores globais nos mercados imobiliários. Lisboa e Portugal ocupam a 29ª posição da tabela, que evidencia que entre 2013 e 2017 os preços praticados na capital cresceram pouco mais de 1%, enquanto que no resto do país o crescimento foi mais pronunciado (acima de 2%).
A instituição nota, contudo, que «durante as últimas três décadas, os preços das casas tornaram-se cada vez mais sincronizados entre países, especialmente entre as grandes cidades». Uma tendência que se tem vindo a acentuar, e que pode representar «um risco para a atividade económica real», na medida em que cada vez mais a habitação está a ser usada como um ativo financeiro, fazendo com que aumente o poder de contaminação aquando um choque de mercado.