Esta tendência acontece depois de o mercado de investimento europeu ter mostrado sinais de retoma em todos os segmentos de atividade, nomeadamente nos escritórios, que lideraram as preferências dos investidores. De acordo com a consultora, «o segmento de escritórios foi o grande impulsionador do mercado em 2016, protagonizando as maiores transações do ano», representando 46% do total investido.
E Portugal não foi exceção. A consultora destaca que estes resultados também se refletiram no nosso país, verificando-se «uma retoma gradual». Fernando Castro Silva, partner da Garrigues, comenta no WMARKET’17 que «se tomarmos como padrão o setor imobiliário, notamos ainda um maior destaque de Portugal vis-à-vis outros países do seu contexto económico próximo ou comparável. De acordo com as estatísticas publicadas pela insuspeita OCDE, o peso relativo no PIB dos impostos sobre a propriedade – incidindo sobre a sua transmissão, detenção e financiamento – é em Portugal melhor do que na maior parte dos países da EU onde apenas a Alemanha e os novos estados do leste europeu conseguem suplantar claramente Portugal na carga fiscal, estática e dinâmica, sobre a propriedade imobiliária», explica.
Reabilitação foi «porta de entrada» dos investidores
A reabilitação urbana e o turismo também foram áreas de destaque no ano passado, com a reabilitação a funcionar como «uma porta de entrada e de interesse para os investidores», segundo a Worx, numa altura em que «Lisboa tornou-se numa cidade cada vez mais competitiva, com diversas iniciativas que captam a atenção estrangeira».
Este setor cresceu 7,5% face ao ano anterior, num total de 330 projetos de reabilitação licenciados, 91% do total de obras licenciadas. O presidente da CML, Fernando Medina, comenta neste estudo que «recuperar a ideia do bairro como uma comunidade, considerando a heterogeneidade etária, cultural, étnica, linguística e de acesso aos meios informáticos. Trata-se, isso sim de construir uma Cidade de Futuro, respeitando a sua história e as dinâmicas locais e ligando os elos entre cidadãos, tornando-a mais humana e socialmente sustentável».
Turismo vai continuar a atrair interesse das grandes cadeias
A Worx prevê que este ano se assista a um crescente aumento do interesse por parte de cadeias hoteleiras internacionais que pretendem investir em Portugal, depois de, no ano passado, terem aberto 43 novas unidades em Portugal.
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, comenta que «os últimos anos refletem extraordinários progressos no que se refere à qualidade das infraestruturas turísticas, à melhoria da formação profissional, ao desenvolvimento de novos produtos e à transformação dos modelos de negócio. (…) Acreditamos, assim, que um forte posicionamento do negócio turístico assente na vantagem competitiva da acessibilidade para todos será determinante não só para o sucesso do setor mas, sobretudo, uma forma de fazer mais e melhor Turismo», nota em comentário neste estudo.