O Parque das Nações e o Corredor Oeste são as zonas onde o crescimento acumulado é mais evidente, de acordo com a JLL, com uma recuperação de cerca de 30% nos últimos 4 anos. No 3º trimestre deste ano, a renda prime no Parque das Nações atingiu os 17 euros/m²/mês, e no Corredor Oeste, nomeadamente no Lagoas Park, os 13 euros/m²/mês, que comparam com os 13 e 10 euros de 2013, respetivamente.
Mariana Rosa, diretora do departamento de Office Agency e Corporate Solutions da JLL, explica que «no Parque das Nações este aumento deve-se, sobretudo, à redução significativa da área disponível durante os últimos anos, resultado de uma procura dinâmica associada à falta de nova oferta. Atualmente a taxa de disponibilidade é apenas de 3%».
Já no Corredor Oeste, «a recuperação foi influenciada essencialmente pelos bons níveis de procura por áreas de grande dimensão, já que a oferta disponível se mantém elevada. Esta tem sido, aliás, uma das zonas que mais tem beneficiado com a falta de oferta no centro de Lisboa, captando muitas empresas que procuram áreas grandes», nota em comunicado.
Nas restantes zonas de escritórios de Lisboa, o ritmo de subida das rendas tem sido menos acentuado. Por exemplo, no Prime CBD, que continua a ser a zona mais cara, tinha rendas de 19 euros/m²/mês no 3º trimestre deste ano, mais 4% em termos acumulados nos últimos 4 anos.
No CBD, a renda atual é de 15 euros/m²/mês, mais 3% em termos acumulados, e na Zona Histórica e Ribeirinha o aumento foi de 7% para os atuais 15 euros/m²/mês. Só a Nova Zona de Escritórios não registou aumentos significativos, mantendo-se a renda prime nos 15 euros/m²/mês.
Mariana Rosa explica ainda que «a tendência de crescimento progressivo e transversal a todo o mercado, especialmente sentida desde 2015, deverá manter-se. Os ritmos de subida são diferentes por uma questão de equilíbrio entre oferta e procura em cada uma das zonas, embora seja também de notar que as zonas onde as rendas mais recuaram entre 2007 e 2013, são aquelas onde a recuperação está a ser mais rápida».
Procura continua forte em destino de eleição
Lisboa continua a ser muito procurada para a instalação de empresas, e a procura de escritórios mantém-se elevada.
Só a JLL foi responsável pela colocação de 34.600m² de escritórios, cerca de 38% dos 91.000m² transacionados desde o início do ano. E, perante este cenário, a consultora calcula que a procura se mantenha: «Por um lado, as empresas estão mais confiantes na economia, procurando expandir os seus escritórios ou fazer um upgrade das atuais instalações. Por outro lado, há também uma crescente procura de empresas multinacionais que aqui pretendem centralizar os seus serviços nas áreas de back office e call centres».
Lisboa é também cada vez mais associada ao empreendedorismo, e assiste-se assim a «um enorme potencial de absorção de espaços pelas startups, quer portuguesas quer estrangeiras. Ainda recentemente a Pipedrive, uma startup criada na Estónia, escolheu a nossa capital para instalar o seu terceiro grande escritório a nível global. Foi uma operação que acompanhámos e que demonstra bem o atual perfil da procura».
Encontrar espaços que sirvam esta oferta é o desafio do setor, «nomeadamente espaços modernos, com áreas de grande dimensão por piso e em zonas centrais próximas de transportes públicos. Por isso, é muito importante que a promoção de novos escritórios acelere o mais rápido possível», conclui Mariana Rosa.