E, segundo avançou o CEO da gestora de capital de risco, Fernando Esmeraldo, em entrevista ao Negócios, o objetivo é encaixar um total de 1.000 milhões até ao final de 2018, aproveitando o bom momento que aqueles setores vivem atualmente em Portugal.
O plano de venda já está em fase de execução, e segundo a mesma fonte a ECS ao longo do último ano a ECS já encaixou cerca de 310 milhões de euros através da venda de ativos imobiliários e turísticos. Os hotéis Golden Residence (Funchal), Vintage House Douro e Vintage Lisboa, uma plataforma logística com 50.000 m² na Azambuja, ou complexo VivaMarinha em Cascais são apenas alguns exemplos públicos de ativos que já deixaram a carteira da ECS.
Para cumprir o objetivo, o ritmo de venda intensificar-se-á a partir de agora, explicou o CEO da ECS Capital, cuja meta é obter 700 milhões de euros neste processo até ao final do próximo ano. A Herdade dos Salgados (Algarve), o Colombos Resort (Porto Santo), o Palácio do Governador (Lisboa) ou três edifícios de escritórios nas Torres de Lisboa poderão estar entre os próximos ativos a deixar as mãos da ECS, embora o CEO não tenha adiantado mais informação neste campo.
Suportando esta decisão, diz Fernando Esmeraldo, está a «melhoria na avaliação dos ativos» e a «oportunidade de capturar esta boa fase de ciclo no turismo e imobiliário», os quais, refira-se, pesam 80% na carteira da ECS Capital. Além disso, esclarece o mesmo responsável, é preciso «ir ao encontro do que querem os investidores», neste caso a Banca, ou não fossem o Novo Banco (35%), o Millennium Bcp (35%) e a CGD (13%) os principais investidores dos fundos da ECS, cujo restante capital está disperso por outras instituições financeiras. No caso do Fundo de Recuperação, há ainda outro acionista de referência: a Direção Geral do Tesouro (6%).
Turismo vale quase 1.100 milhões em ativos
Representando cerca de 1.100 milhões em ativos, cerca de 44% dos 2.500 milhões de euros sob gestão, o turismo é o setor ao qual a ECS está mais exposta e no qual tem ainda um vasto conjunto de ativos para venda. Contas feitas, são 19 hotéis, 2.000 quartos e cerca de 8.000 camas em carteira.
Recorde-se que, entre outros ativos que incluem o Colombos Resort ou o Conrad Algarve, a ECS Capital adquiriu a carteira de hotéis do extinto grupo CS, do empresário Carlos Saraiva, tendo posteriormente criado uma marca própria – o Grupo NAU – sob a qual agrupou vários dos hotéis de que é proprietária.
750 milhões de euros em ativos imobiliários
Avaliado em cerca de 750 milhões de euros, o portfólio imobiliário da ECS estende-se por 200.000 m² de área bruta de construção residencial, 90.000 m² de área bruta locável de escritórios e industrial e um milhão de metros quadrados ainda por desenvolver. No setor de escritórios, destacam-se vários ativos de referência na capital portuguesa, como três das torres de escritórios do complexo Torres de Lisboa, ou a nova torre de escritórios em construção na avenida Fontes Pereira de Melo, que injetará no mercado quase 20.000 m² de ABL e que já estará praticamente todo colocado, segundo indicam as mais variadas fontes de mercado.