Segundo Miguel Eiras Antunes, líder global da Deloitte para a área da mobilidade, a ideia é «criar um cluster da mobilidade em Portugal, que vai contribuir para a economia nacional e para atrair mão-de-obra qualificada em torno deste setor».
Lisboa esteve em competição com Amesterdão, Barcelona ou Munique para a instalação deste cluster. Além da sua reputação internacional, a capital portuguesa «tem uma visão estratégica para a mobilidade, qualidade na liderança municipal (por exemplo ao nível da vereação), boa governança (com estruturas orientadas para a área da mobilidade) e abertura para trabalhar numa lógica de ecossistema em open innovation», explica o responsável, citado pelo DV.
A Deloitte pretende ajudar a criar e implementar um novo sistema de gestão integrado de mobilidade que possa funcionar em várias cidades. Segundo o jornal, numa primeira fase o foco serão os sistemas de mobilidade partilhada e a logística urbana, um trabalho na otimização da circulação dos transportes de mercadorias, por exemplo, para melhor gerir os fluxos de trânsito. Por outro lado, as trotinetes poderão passar a ter um papel mais relevante no chamado last mile (do emprego para a estação de metro ou da estação para casa).
«Acreditamos que a visão de Lisboa é certa e que dentro de dois a quatro anos muita coisa vai mudar e as pessoas vão começar a notar», diz Miguel Eiras Antunes. Reconhecendo a necessidade de investimentos em infraestruturas, afirma que «nem tudo se resume a infraestruturas; as novas tecnologias também desempenham um papel importante para garantir, por exemplo, uma maior intermodalidade dos transportes».