A intenção de venda do Teatro Sá da Bandeira, pelos seus proprietários privados, veio veiculada à vontade da Câmara do Porto adquirir a propriedade do imóvel, sobre o qual decidiu, por unanimidade, exercer direito de preferência. A Câmara enviou o processo para o Tribunal de Contas devido ao montante em causa, 2,1 milhões de euros, estando neste momento a aguardar pelo visto daquela entidade para assinar a escritura.
De acordo com a Lusa, que cita fonte do gabinete de comunicação da autarquia, o município entende que «a lei» lhe dá «o direito de preferência» em relação aos inquilinos do teatro. Também o advogado da arrendatária do Teatro Sá da Bandeira, a Sociedade Rocha Brito e Vigoço (RBV), SA, disse à Lusa que a empresa recebeu, do proprietário do imóvel, a indicação de que «o direito de preferência da Câmara prevalecia sobre o da inquilina», estando por isso «a ponderar que medidas irá tomar face a esta posição, com a qual não concorda de todo, por entender não ter suporte legal».
A 27 de junho, quando a Câmara do Porto anunciou que iria exercer direito de preferência na compra do Teatro Sá da Bandeira explicou que essa era a via encontrada para afastar a possibilidade da sala de espetáculos mais antiga da cidade ser absorvida pelo mercado imobiliário turístico.