Competição conduz investidores a zonas de escritórios alternativas

Competição conduz investidores a zonas de escritórios alternativas

É o que indica o European Office Investment Perspective 2017 da JLL, que incentiva os investidores a serem mais criativos no processo de escolha este tipo de ativos. Uma das alternativas passa por olhar para fora das localizações prime e zonas onde o crescimento das rendas seja mais interessante.

Este relatório identifica 10 zonas chave de escritórios na Europa Continental onde o crescimento das rendas pode ser especialmente atrativo, e para onde os investidores estão dispostos a olhar, além dos mercados tradicionais. Dois mercados espanhóis estão em destaque, nomeadamente a zona de Mendez Alvaro, em Madrid, e a Placa de la Glories, em Barcelona.

Outras quatro destas localizações situam-se na Alemanha, nomeadamente o centro e zonas limítrofes de Estugarda, Hauptbahnhof-Europacity, Mediaspree & Mitte em Berlim; a zona Oriental de Munique; e a zona financeira e City de Frankfurt. Neste top 10 entram também Amesterdão, Paris, Luxemburgo e Estocolmo.

Peter Hensby, Head of Offices Capital Markets EMEA da JLL, explica que «o imobiliário continua a atrair um volume significativo de capital devido à sua performance sólida face a classes de ativos alternativas, num contexto de baixas taxas de juro, crescimento lento e yields reduzidas». No entanto, alerta que «a concorrência é forte e os investidores não podem limitar-se a ficar à espera. Têm de ser mais criativos nos seus movimentos de acesso ao mercado, quer isso implique compreender a transformação urbana através das infraestruturas, olhar para a atividade de promoção no continente europeu, considerar atividades de fusões e aquisições ou desinvestimentos não estratégicos».

Estas recomendações acontecem numa altura em que o investimento em imobiliário de escritórios na Europa, à exceção do Reino Unido, subiu 8% para um nível recorde de 81.300 milhões de euros em 2016. O capital estrangeiro somou 25% de todas as transações, e os volumes preliminares do investimento do 1º trimestre deste ano apontam já para 15.000 milhões de euros, em linha com igual período do ano passado. A JLL prevê, por isso, que a procura por escritórios na Europa se mantenha forte ao longo de todo o ano, apesar dos desafios da falta de oferta.

A competição atual já pressionou as yields prime para mínimos históricos em cidades como Paris, Munique ou Berlim, descendo para os 3% no último trimestre. Hensby nota que «os investidores estão dispostos a pagar o atual preço dos imóveis se estiver subjacente um crescimento de rendas. Vemos os investidores não só a ajustarem as suas expetativas de retorno como também a focarem-se mais nos fluxos de rendimentos futuros como o principal motor do retorno. Estão a olhar mais do que nunca para a qualidade dos ocupantes, a localização “à prova do futuro” e outros aspetos críticos que permitam melhorar a performance do imóvel», explica.