O projeto está «em fase de consulta pública» e pode ainda ser sujeito a melhorias, mas certo é que se trata da «maior operação urbanística integrada do país», segundo o autarca Fernando Medina. Os preços «serão definidos em julho», e a calendarização das hastas públicas «vai depender da sensibilidade do mercado».
O edil falava durante a apresentação formal do projeto ao setor imobiliário, que decorreu a 24 de maio nos Paços do Concelho, ocasião durante a qual explicou que, depois de a opção por um desenvolvimento único se ter mostrado «incompatível no tempo com o mercado», a câmara optou pelo parcelamento dos terrenos da antiga Feira Popular, sendo o atual projeto composto por 5 lotes que aguardam o interesse do setor privado.
Tratam-se das parcelas A, B e C. As primeiras duas compõem o terreno da Feira Popular, sendo a parcela A destinada a 50.970 m² acima do solo e 16.028 m² de estacionamento e áreas técnicas em cave. Terá usos maioritários de escritórios e retalho, em edifícios de 7 a 14 pisos com áreas por piso acima dos 1.345 m². Medina quer que aqui surja «um dos mais modernos centros de escritórios da Europa» e uma «montra da arquitetura» portuguesa.
A área B é dividida em 3 lotes, tendo o B1 capacidade para uma superfície de pavimento de 51.823 m² acima do solo e 19.572 m² de estacionamento e áreas técnicas em cave. O lote B2 será mais pequeno, com 40.917 m² de superfície de pavimento de 15.922 m² de estacionamento. A terceira parcela desta área, B3, terá 7.190 m² de área subterrânea, incluindo um parque de estacionamento público, zona de tratamento de resíduos e de apoio à logística urbana.
Nota ainda para a parcela C, composta por um terreno da rua Álvaro Pais, com 40.920 m² de superfície (18.000 m² abaixo do solo), com uso definido de serviços.
Este projeto mantém «as visões dos arquitetos Souto Moura e Ana Costa, como a concentração em altura, para manter as zonas de circulação». E todos os lotes têm os pareceres necessários disponíveis, estando prontos a edificar: «sabemos que os investidores são avessos à incerteza, por isso minimizamos o risco». Fernando Medina acredita que esta é, ainda, «uma oportunidade de se colocar o projeto no mercado de forma rápida». Além disso, as parcelas são autónomas entre si, e podem avançar independentemente.
No total, através desta operação integrada, a CML prevê a criação de 40.474 m² de comércio, 148.480 m² de serviços (incluindo uma área de 9.600 m² já detida por privados no Loteamento das Forças Armadas, 90.810 m² de habitação e 13.500 m² de equipamentos sociais, cerca de 239.264 m² no total.
A Operação Integrada de Entrecampos terá 700 fogos de renda acessível e 279 de venda livre, apoiados por equipamentos como três creches, jardim de infância, unidade de cuidados continuados, centro de dia, lar e serviços de apoio ao domicílio, sendo o investimento nestas infraestruturas da responsabilidade da CML.