Prosseguindo a sua estratégia de alienação de ativos imobiliários e de redução de custos, no âmbito da qual, recorde-se, tem vindo a “aliviar” do seu portfólio vários edifícios de referência ao longo dos últimos meses; a venda deste quarteirão poderá render ao banco público um encaixe na ordem dos 60 milhões de euros, segundo algumas fontes de mercado citadas pelo semanário Expresso, que avançou a notícia na edição deste fim-de-semana.
«Em 2017 vendemos 3.100 imóveis com um encaixe de 338 milhões de euros. Entre os imóveis vendidos nesse ano, já pela equipa liderada por Paulo Macedo, destacam-se o Edifício Marconi e o Edifício Santa Maria, ambos em Entrecampos, e o República 50», refere fonte oficial do Banco. Entretanto, em 2018 foi vendida a antiga sede da Caixa BI, na Barata Salgueiro, à seguradora Zurich, por uma verba que, segundo o Expresso, terá rondado os 23 milhões de euros.
Banca cede o lugar na Baixa à promoção imobiliária
Bem perto do Terreiro do Paço, o quarteirão em causa ocupa uma área de 13.810 m² distribuídos por sete pisos, dos quais dois em cave e um em águas furtadas, com uma área média de 2.000 m² por cada piso acima do solo. Com frentes para a rua do Ouro, rua de São Julião, rua Nova do Almada e rua da Conceição, o imóvel albergou a principal agência da Caixa, entre a sua conclusão, em 1966, e até que aquela zona deixou de ser o centro financeiro de Lisboa.
De acordo com o Expresso, o projeto de reabilitação deste ativo terá, contudo, algumas condicionantes: apesar de ter dois pisos e cave, não poderá ter garagens; e o balcão comercial da Caixa é para manter. Em aberto está a mudança de uso, dos atuais escritórios, para habitação ou hotelaria.
Durante largos anos, a Baixa era o ponto onde se encontravam as principais agências e as sedes de quase todos os bancos portugueses (BCP, Totta e Açores, BPI, BES, etc), bem como a Bolsa de Lisboa, no Terreiro do Paço. Com a deslocalização dos serviços para outras zonas, muitas instituições mantiveram no seu portfólio os imóveis que antes ocupavam, aproveitando agora o bom momento do mercado para os alienar, “cedendo-os” à reabilitação e promoção imobiliária. É o que fez, por exemplo, o BPI que ainda no início mandatou a JLL para colocar no mercado o quarteirão que detinha ali ao lado, na intersecção da Rua Augusta, com as ruas do Ouro, Comércio e São Julião. Com uma área bruta de construção de 11.000 m², este quarteirão terá suscitado um forte interesse junto de potenciais investidores e, segundo algumas fontes de mercado, poderá já ter encontrado novo proprietário.