O alerta é feito pelo Sindicato da Construção que se revela preocupado com a redução da oferta de mão-de-obra registada nos últimos anos. Em comunicado, o Sindicato dá conta de que «nos últimos anos saíram de Portugal cerca de 250 mil trabalhadores da construção». Um número muito expressivo, cuja ausência começa a ser sentida sobretudo pela procura crescente de profissionais para atuar no setor da reabilitação urbana. «Se a reabilitação urbana avançar em todo o País, como está a acontecer nas cidades do Porto e de Lisboa, será muito difícil que os trabalhadores que saíram do País regressem», uma vez que «na Alemanha, França, Holanda e Bélgica os operários qualificados ganham quatro vezes mais do que em Portugal», refere o Sindicato.
«Um carpinteiro em Portugal, com o aumento do salário mínimo nacional passou a ter um salário igual a um operário não qualificado (557 euros)», explica o Sindicato. «Dada esta triste realidade», e como todos os dias continuam a sair trabalhadores do setor para fora de Portugal, o Sindicato da Construção não perspetiva que seja fácil resolver este problema. E reforça a importância das associações patronais do sector da construção «em conjunto, com o Sindicato discutir salários compatíveis». «É uma vergonha dizer-se que estamos numa União Europeia quando um carpinteiro alemão ganha 3.800 euros por mês e um português ganha o salário mínimo nacional», sublinha.