O seu primeiro investimento em Portugal diz respeito à compra à Caixa Geral de Depósitos de uma carteira de crédito mal-parado e em dificuldades, incluindo alguns imóveis em dação, no valor de 476 milhões de euros.
«Este investimento demonstra o nosso interesse no mercado, e a nossa competência na execução de transações complexas que requerem dedicação e uma colaboração próxima com o vendedor», começa por explicar Fabio Longo, Managing Director e Head da área de negócio de NPL (Non Performing Loans) e imobiliário da Bain Capital Credit na Europa. E garante: «vemos potencial para novos investimentos em Portugal, em especial no mercado imobiliário e das carteiras de créditos em dificuldades».
O comunicado do fundo norte-americano explica que este portfólio é constituído sobretudo por crédito imobiliário bilateral securizado contrataído por pequenas e médias empresas, mas também por grandes corporações. Estes empréstimos têm como garantias um vasto leque de ativos de diferentes classes, incluindo empreendimento residenciais já concluídos e em desenvolvimento, ativos imobiliários industriais e comerciais, bem como lotes de terreno.
«Estamos muito entusiasmados por entrar no mercado português de NPL através desta aquisição», disse Alon Avner, Managing Director e Head do negócio europeu da Bain Capital Credit. «Após termos adquirido outros portfólios complexos semelhantes por toda a Europa e ao redor do globo, acreditamos que este é o momento certo para expandir em Portugal e estamos ansiosos por concluir novas operações aqui no futuro».
O negócio com a Caixa foi assessorado pela Hipoges e pela Finangeste, especializados na área do crédito, pela Aura REE, JLL e CBRE, que prestaram serviços de avaliação, e contou com o apoio jurídico da Uria Menendez Proença de Carvalho.
965 milhões em crédito imobiliário ibérico desde o início do mês
No mesmo dia em que anunciou o negócio com a CGD, a Bain divulgou também o seu mais recente investimento em Espanha, ao comprar à Ibercaja aquela que já é a sua nona carteira de crédito imobiliário naquele país, no valor de 489 milhões de euros. Ou seja, em menos de um mês, o hedge fund norte-americano comprou 965 milhões em NPL na Península Ibérica, confirmando que este é um mercado onde quer crescer.
O último negócio espanhol diz respeito sobretudo a crédito malparado e em dificuldades, concedido a promotores imobiliários. A securitização secundária destes empréstimos tem como garantia sobretudo terrenos para promoção residencial e ativos imobiliários.
«Continuamos a olhar para Espanha como um dos mercados imobiliários e de NPL mais atrativos da Europa», afirmou Alon Avnar. «Tendo uma exposição significativa a terrenos nas maiores cidades espanholas, este portfólio representa uma grande oportunidade para continuarmos a expandir a nossa presença no mercado local de promoção residencial», explicou por seu turno Fabio Longo.