Neste período, há que destacar um trimestre «excecional», quando foram transacionados 376 milhões de euros de ativos comerciais, volume 5 vezes superior ao capital investido no mesmo trimestre de 2016 (73 milhões de euros), sendo de salientar a venda de um portfólio de escritórios e retalho detido pela Silcoge a um fundo da Explorer Investment por 145 milhões de euros, a venda do edifício de escritórios Marquês de Pombal 3 à Merlin Properties por 60 milhões de euros, ou a transação da Lx Factory, comprada por 40 a 50 milhões de euros pela Keys, entre outras.
Maria Empis, diretora de Consultoria Estratégica e Research da JLL, comenta que «a atividade cresceu a dois dígitos quer no mercado de investimento quer nos mercados ocupacionais, tendo bastante impacto nos resultados acumulados de 2017 e intensificando ainda mais a tendência de crescimento». Até à data, a JLL contabiliza um investimento de 1.422 milhões de euros, e estima que o ano supere mesmo os 2.500 milhões de euros.
A contribuir para estes bons resultados está também a ocupação de escritórios, que cresceu cerca de 87% no trimestre em termos homólogos, num total de 35.390m² absorvidos, que elevam o total anual para os 113.471m², mais 16% que no período homólogo do ano passado.
O número de casas vendidas pela JLL duplicou no período analisado, em termos homólogos, e não se registou o abrandamento habitual do período de verão, segundo a consultora. A consultora está a alargar a sua área de atuação também para zonas emergentes, e por isso mesmo a procura intensificou-se em Lisboa e no Porto. Esta procura tem pressionado os preços em alta, com os valores mínimos a descer em quase todas as zonas prime de Lisboa, na ordem dos 10% a 20% nos primeiros 9 meses do ano.
Também no retalho, a ocupação está a crescer, quer nos centros comerciais quer no comércio de rua, e a baixa disponibilidade de espaços tem levado ao alargamento da procura para ruas mais secundárias.
E, na hotelaria, regista-se a abertura de 4 novas unidades em Lisboa nos primeiros 9 meses do ano, esperando-se a abertura de outras 4 até ao final do ano. Só em 2019, deverão abrir outros 17 hotéis na capital, mais 1.400 quartos. Foram transacionadas 4 unidades, num valor global de 54 milhões de euros e 300 quartos, um valor recorde por quarto, acima dos 280.000 euros.
Maria Empis completa que «o restante do ano deverá ser ainda mais dinâmico e tudo se posiciona para atingirmos um desempenho nunca visto do imobiliário em Portugal, impulsionado pela confiança renovada no país, pelo incremento do investimento e por um crescimento económico sustentado. A tudo isto acresce a recente revisão em alta do rating da dívida portuguesa, com um impacto muito positivo na atração de investimento internacional e no aumento do financiamento».