Áreas históricas têm a habitação reabilitada mais cara de Lisboa

Áreas históricas têm a habitação reabilitada mais cara de Lisboa

Apresentado em Londres durante a conferência “Real Estate Disrupted”, organizada pela DLA Piper, este relatório mostra que, nas áreas históricas, o valor médio de oferta deste tipo de produto situa-se atualmente nos 6.367 euros/m², mais 8,7% face ao ano passado.

Porém, o eixo Estrela – Campo de Ourique registou a maior valorização dos preços médios de oferta entre 2016 e 2017. A subida foi de 12,3% face ao ano passado, fixando-se nos 4.958 euros/m². Já na zona das Avenidas Novas, os preços médios dos apartamentos reabilitados em oferta subiram 6,6%, situando-se nos 5.514 euros/m². Arroios – São Vicente – Penha de França regista um valor médio de oferta de 4.721 euros/m², com um crescimento de 4,7% face ao ano anterior.

Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield, notou durante a apresentação deste estudo que «apesar de observarmos valorizações em termos médios na ordem dos 5% a 12%, existem produtos nas diversas zonas que apresentam subidas dos preços de oferta bastante mais expressivas de entre 15% a 25%. São os casos dos apartamentos T0 nas zonas Históricas, com uma subida anual de 20%; dos T2 na zona da Estrela-Campo de Ourique (25%) e dos T2 na zona das Avenidas Novas (15%)», exemplifica.

Estes números mostram que as zonas históricas de Lisboa continuam a ser o principal destino de investimento para este tipo de produto. Em 2017, concentram cerca de 70% da oferta de apartamentos integrados em projetos de reabilitação em comercialização da cidade (amostra de 1.465 apartamentos considerada), com as restantes 3 zonas analisadas a pesar cerca de 10% do total.

Neste eixo, os preços médios de oferta estão 16% a 35% acima das outras zonas da cidade, e é aqui que se registam os picos de mercado, que podem atingir o dobro da média, cerca de 10.000 a 12.000 euros/m².

As tipologias T1 e T2 são as mais comuns neste tipo de projeto para uso residencial, representando metade da oferta em comercialização, a maior parte dos mesmos destinados aos segmentos médio – alto e alto. A Prime Yield estima que cerca de 65% do stock esteja já comercializado.

Nelson Rêgo comenta ainda que «o segmento alto deve manter-se como o principal foco de investimento de reabilitação para habitação em Lisboa, incentivado por uma procura que se mantém forte quer para a primeira quer para segunda residência, como também para a obtenção de rendimento, colocando o imóvel posteriormente em regime de arrendamento de curta duração. Os estrangeiros, principalmente chineses, franceses e brasileiros, continuam a ser uma franja muito ativa desta procura, mas também os portugueses têm vindo a ganhar expressão, num mercado em que a aquisição está a fazer-se cada vez mais durante a fase de projeto».

Por outro lado, «além das zonas históricas centrais, mais consolidadas, com preços mais elevados e onde as oportunidades para promoção de projetos irão, inevitavelmente, começar a reduzir-se; estão a emergir novas localizações para o desenvolvimento deste tipo de produto». E dá o exemplo de «toda a frente ribeirinha, desde a zona ocidental até ao Parque das Nações, é uma das áreas de potencial expansão deste mercado, além de áreas como a Ajuda, Alcântara, Mouraria, a Colina de Santana e a Almirante Reis».