Imobiliário angolano continua “investimento seguro e atractivo”

Imobiliário angolano continua “investimento seguro e atractivo”

Esta é uma das principais conclusões do estudo que a consultora apresentou esta semana, “Flash Mercado Imobiliário Angola 2018-2019”, documento no qual a empresa conclui que as condições económicas do país continuam a afetar a dinâmica do sector, confirmando que a oferta se mantém superior aos níveis de procura nos vários segmentos. Este é um desequilíbrio que tem resultado na pressão em baixa dos preços e das rendas.

No entanto, os imóveis continuam a ser considerados um investimento seguro e bastante atractivo face à desvalorização cambial. Valdire Coelho, director da Prime Yield Angola, comenta que «o cenário económico desfavorável dos últimos anos tem tido muito impacto no mercado imobiliário, especialmente devido às dificuldades de financiamento, juros elevados e a instabilidade cambial».

Em comunicado, nota ainda que «a procura está menos dinâmica e a oferta mantém-se em níveis acima da capacidade de absorção, o que gera um ritmo lento de escoamento de produto, com reflexo nos preços e rendas, que continuam a decrescer. Paralelamente, verifica-se uma redução generalizada do investimento e o adiamento de novos projectos».

Apesar disso, este especialista está convicto de que «o imobiliário terá sempre uma base sólida e, mesmo no contexto actual, é visto como um investimento de protecção e baixo risco, sobretudo para quem pretende aplicar as suas poupanças num cenário de elevada desvalorização cambial que afeta outras classes de activos de investimento». E completa que «a par disso, 2019 já promete ser um ano de alguma retoma para o mercado imobiliário, pois não só a cconomia está a dar sinais de melhoria, como se deram alguns passos de relevo para estimular o investimento externo, nomeadamente a alteração na lei do investimento privado».

 

Escritórios contidos

O mercado de escritórios de Luanda regista uma absorção contida, e manteve-se em 2018 a contração dos preços e das rendas, face a 2017, com descidas entre os 16% e os 22% nas diferentes zonas da cidade. o CBD continua, segundo a Prime Yield, a apresentar alguma residência em ajustar os preços de venda (com uma descida de 2%), embora nas rendas a descida seja de 16%. Existe hoje maior abertura ao ajuste das rendas como forma de rentabilizar os activos e minimizar as perdas de investimentos realizados, e o mercado de ocupação já começou a dar alguns sinais de maior dinamismo no final de 2018.

 

Mercado doméstico alimenta o residencial

No mercado residencial angolano, os compradores domésticos continuam a ser o mercado mais ativo, depois de vários anos em que os expatriados foram o principal motor da procura residencial.

Este último segue a sua rota de contração, mas também a procura angolana abrandou ligeiramente em 2018 face ao ano anterior, sobretudo por dificuldades no acesso ao crédito à habitação. Os preços médios continuaram, assim, a descer, nomeadamente 5& nos apartamentos T2 em Ingombota, ou 3% nas moradias de Talatona.

 

Nota positiva para a hotelaria

O sector hoteleiro angolano registou um ligeiro aumento nas taxas de ocupação, ainda que se mantenham em níveis reduzidos.

Segundo a consultora, as diárias recuaram face ao ano anterior nas unidades de 4 estrelas (-13%) e de 3 estrelas (-45%), neste último segmento devendo-se tal descida ao aumento de oferta. Nos hotéis de 5 estrelas houve mesmo um ligeiro aumento neste valor, o que se explica pela existência de poucas unidades com esta categoria.