Habitação e desafios do futuro em destaque na convenção APEMIP | IMOCIONATE
Ver Revista >>Vender casas não é como encomendar sushi
Em 2025, podemos substituir um agente imobiliário por uma máquina? Talvez. Mas... quem quer? Ninguém no seu perfeito juízo.
Porque vender ou comprar casa não é como encomendar sushi. É provavelmente a transação mais relevante das nossas vidas. Envolve sonhos, medos, euros (muitos), legislação, emoções, burocracia e, claro, aquela vizinha que jura que a varanda dela tem “vista mar”.
A verdade é que os agentes imobiliários estão, cada vez mais, no centro da transformação das comunidades. Sabem onde está o melhor negócio, dominam o pulsar do mercado, ajudam investidores e famílias e, por vezes, são também psicólogos improvisados. São a face humana de um setor que pede profissionalismo, transparência, ética e formação constante.
É exatamente por isso que a APEMIP não ficou à espera de milagres legislativos. Lançou o CIC — o Consultor Imobiliário Certificado. Um carimbo de competência, que mostra quem sabe o que faz. E se a regulação ainda está muito aquém do desejado, a verdade é que a profissão já avançou bastante por mérito e iniciativas próprias.
A Mediação Imobiliária em Portugal está viva, ágil e com cada vez mais credibilidade. As empresas estão mais preparadas, os profissionais mais formados, e os clientes, claro, cada vez mais exigentes. Aliás, todos estamos mais exigentes.
Queremos respostas rápidas, conselhos sólidos e informação fiável, algo que não se encontra a fazer scroll aleatório nas redes sociais.
Hoje, a mediação tem, obrigatoriamente, de ser um ecossistema de confiança. O que se constrói com boas práticas, transparência e sentido de missão.
E sim, é fundamental profissionalizar o acesso à atividade com legislação simples e clara, para contribuir para a credibilidade de todos os que exercem esta profissão e simultaneamente trazer muito maior segurança para todas as pessoas.
A APEMIP, agora também aberta aos agentes imobiliários, dá um passo determinado: une quem trabalha no terreno com quem dirige empresas. Porque os desafios são comuns e as soluções também. Estamos num setor onde a concorrência é bem-vinda, desde que seja saudável, ética e voltada para o cliente.
E é isso que o mercado exige: responsabilidade, transparência e informação de qualidade. E exige também que não se caia em populismos baratos, como tabelar preços de serviços ou culpar os agentes pelo preço das casas.
No fundo, o que está em causa é uma profissão que, mesmo num mundo cada vez mais digital, continua a precisar de profissionais com dedicação, intuição e, sobretudo, coração. Porque, ao contrário de uma máquina, um bom agente lembra-se que o “João” não pode subir escadas, que a “Maria” só aceita prédios com elevador, e que o cão do casal “Sousa” precisa de um terraço.
E é por isso que não queremos máquinas. Queremos pessoas.