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Entrevista ao presidente da CPCI: Manuel Reis Campos

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A ROBUSTEZ DO IMOBILIÁRIO EM TEMPOS DE INCERTEZA GLOBAL

Todos começamos a constatar que eventos do outro lado do mundo, podem ter maior impacto direto nas nossas vidas, do que aqueles que vão acontecendo por aqui.

Um bloqueio no Canal do Suez gera consequências incom- paravelmente mais severas no nosso quotidiano do que a mudança do governo em Portugal.

Por um lado, significa que vivemos num mundo mais impre- visível. Por outro significa também que, talvez mais do que nunca, tenhamos de nos concentrar naquilo que depende de nós, das nossas escolhas e das nossas decisões.

O setor imobiliário revelou estar nos antípodas da volatilidade. Uma inimaginável pandemia, a quase esquecida inflação, a subida abrupta das taxas de juro, uma guerra no Norte da Europa, o anúncio pelo Governo de Portugal acerca do arren- damento compulsivo de propriedades privadas devolutas, uma guerra no Médio Oriente, a necessidade de substituição súbita do Governo e...o mercado continuou serenamente a sua rota de estabilidade.

A robustez do mercado não deve conferir qualquer tipo de conforto ou tranquilidade aos vários intervenientes, nomea- damente, as imobiliárias.

Nos últimos três anos, tem aumentado com significado o re- curso às imobiliárias por aqueles que querem vender, comprar ou arrendar um imóvel. Esse facto, sendo uma boa notícia, traz também maior responsabilidade a todos.

A generalidade das pessoas, tem cada vez maior noção dos riscos e discrepâncias possíveis, sempre que dois particulares se envolvem numa transação imobiliária. Esse é um dos principais motivos que tem conduzido a este incremento da procura. Ou seja, cada vez mais os clientes olham para as imobiliárias como as entidades que proporcionam muito mais do que um determinado negócio imobiliário. A transparência, o rigor e a eficácia são os principais aspetos que têm de caracterizar as imobiliárias, sendo que, se por um lado é fundamental que mediadores e agentes imobiliários sejam capazes de incorpo- rar as melhores práticas e cumprir escrupulosamente com as obrigações que recaem sobre o setor, é também crucial que o governo entenda a necessidade de legislar a implementação de regras, principalmente na preparação para aceder à atividade. Por outro lado, é também essencial punir e impedir todas as formas de mediação imobiliária ilícita.

Entrevista ao presidente da CPCI: Manuel Reis Campos