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Entrevista: Manuel Collares Pereira

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As imobiliárias têm cada vez mais clientes

São vários os desafios que a mediação imobiliária enfrenta, desde logo a desatenção a que tem estado sujeita por parte de diversos governos. Credibilizar a atividade através de normas reguladoras obrigatórias para todos os operadores imobiliários é essencial.

Uma atividade de acesso livre sim, mas isso não deve significar a ausência de exigências, para qualquer pessoa que pretende desenvolver o seu projeto profissional como agente ou mediador imobiliário. Exigências no âmbito da preparação, das boas práticas, dos deveres, da idoneidade são, entre outras, indispensáveis para que todos, clientes e profissionais encontrem na atividade imobiliária um “ecossistema “profissional de segurança, tranquilidade e responsabilidade.

A APEMIP, independentemente de considerar fundamental uma muito maior base legislativa para a profissionalização da atividade, ao invés de ficar pela mera reivindicação, lançou um processo de certificação “CIC” (consultor imobiliário certificado) tendo desde o seu lançamento há cerca de um ano, certificado mais de mil profissionais. A iniciativa insere-se principalmente no âmbito do nosso conceito associativo sobre a importância de assumirmos muito maior controlo sobre os vários desafios com que os tempos nos vão confrontando.

Por isso, temos hoje o projeto do portal CasaYes com mais de 160.000 imóveis profissionais, com 1.300 empresas presentes e com mais de 10.000 utilizadores profissionais registados, estando deste modo a assumir responsabilidade na redução da nossa dependência comercial de outras plataformas digitais.

Por isso temos uma academia de formação onde diariamente temos grupos de formandos que voluntariamente procuram melhorar as suas competências. E também por isso temos de merecer a confiança que cada vez mais portugueses demonstram ter na atividade imobiliária.

Naquela que por norma é a transação financeira mais importante para a generalidade das pessoas, os recursos aos serviços imobiliários têm aumentado de modo muito significativo.

Se por um lado a generalidade das pessoas tem muito maior conhecimento e consciência das múltiplas disparidades que podem ocorrer quando dois “particulares” se envolvem numa transação imobiliária, é também um facto que nas últimas décadas a qualidade e o nível de profissionalismo das empresas e dos seus profissionais não param de aumentar. Também por isso é critica uma base legislativa para a profissionalização da atividade que permita “separar o trigo do joio”.

Hoje é enorme a responsabilidade que recai na atividade imobiliária, responsabilidades administrativas, fiscais, ambientais, de “compliance” e também a responsabilidade de assegurar aos clientes uma transação tranquila, segura e responsável, capaz de acautelar o melhor interesse de quem quer vender e de quem quer comprar um imóvel.

E também a responsabilidade de encontrarmos na atividade imobiliária a melhor informação. Numa altura onde “saltitam” diferentes fontes de informação, é bom saber que é nas imobiliárias e nos seus profissionais que se encontra a informação de mercado mais fiável a que é possível ter acesso. Informação necessária para a tomada de decisões ponderadas e responsáveis.

Estes tempos não são só desafiantes, são também tempos de orgulho no caminho percorrido e de esperança no futuro.

Entrevista: Manuel Collares Pereira