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Entrevista à secretária de Estado da Habitação: Patrícia Gonçalves Costa

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Não vamos baixar os braços

Entre tantos outros desafios quotidianos, a histórica alteração que fizemos na APEMIP de modo a que os agentes imobiliários possam também ser associados e ter interesse em estar representados na associação, bem como o projeto CASA YES, são desafios importantes, mas totalmente enquadrados naquilo que é a nossa tentativa de estarmos alinhados com o progresso.

Mais do que falar do progresso, é importante que consigamos expressar em atos o modo como o integramos nas nossas vidas. Estas alterações da APEMIP, o facto de poder ter um projeto digital de grande relevância e estar identificada muito mais como associação setorial do que de determinado grupo específico, são medidas que acreditamos que nos permitem ter esta entidade na vanguarda daquilo que efetivamente são as mudanças e tendências que vão ocorrendo.

Relativamente ao projeto CASA YES, quando entendemos a relevância das plataformas digitais, bem como o valor dos dados, e percebemos que as imobiliárias são as principais geradoras destas informações, faz todo o sentido dar-lhes a atenção e cuidado que merecem. Por isso, é essencial que possam evoluir e fazer parte do património da APEMIP bem como de todos aqueles que estando no setor, gostariam também de ter uma parte desse património digital.

Tal como faz todo o sentido que uma atividade caracterizada por ter na linha da frente um número elevado de pessoas que prestam serviços a imobiliárias terem diretamente a possibilidade de rever o desenvolvimento do seu projeto profissional na APEMIP.

É claro que há muitos projetos por concretizar, bem como tantos outros por identificar, que com certeza não pararam e não vão parar. Um deles é o da profissionalização da atividade imobiliária. Se por um lado estamos contentes com estes dois projetos - a alteração de estatutos da APEMIP e o CASA YES -, simultaneamente, não vamos baixar os braços e reivindicar a profissionalização para a atividade imobiliária, porque temos total consciência que dela advém a transparência e o rigor necessários a este setor. Pretendemos um cenário onde todos sejam beneficiados: clientes e prestadores de serviços.

A necessidade que sentimos relativamente a este ponto impulsionou a criação da certificação CIC (Consultor Imobiliário Certificado), para fornecer às pessoas a garantia de que estarão com um agente que superou um conjunto de provas, que tiveram por fim avaliar o nível de conhecimento necessário para esta profissão. O objetivo é que esta formação tenha a capacidade de transmitir e, seguidamente, aferir que estas pessoas têm o nível de conhecimentos adequados para serem consultores imobiliários.

Acreditamos que a profissionalização é fundamental num contexto em que as pessoas estão mais bem informadas e, por isso, cada vez mais exigentes. Também por isso, legitimamente, quererão interagir com um consultor imobiliário certificado. Não queremos aceitar modelos que procuram desvalorizar a relevância destes serviços, mas pelo contrário, acreditamos que é importante atuar com cada vez maior exigência e rigor para sermos merecedores da confiança e da responsabilidade que todos, cada vez mais, depositam na mediação imobiliária. E claro que aguardamos com expetativa a legislação, indispensável ao teor formal da profissionalização da atividade imobiliária.

Entrevista à secretária de Estado da Habitação: Patrícia Gonçalves Costa