Atualmente, enfrentamos uma pressão crescente para encontrar soluções urbanas que respondam a múltiplas necessidades: a escassez de habitação acessível, a exigência da eficiência energética, a mitigação dos efeitos das alterações climatéricas e o imperativo da coesão social. A cidade já não pode ser pensada como um conjunto de zonas funcionais – viver, trabalhar e circular –, mas como um ecossistema integrado, que promova o bem-estar, a inclusão e a sustentabilidade.
Neste novo paradigma, a regeneração urbana assume um papel estratégico. Recuperar zonas subutilizadas, reabilitar o edificado e reconverter infraestruturas são formas eficazes de combater a expansão desordenada e de criar valor duradouro, respeitando a identidade histórica dos lugares e favorecendo a sua adaptação aos desafios contemporâneos.
Ao mesmo tempo, importa repensar os modelos de desenvolvimento urbano, superando lógicas fragmentadas e promovendo uma visão de cidade policêntrica, que descentralize as oportunidades e reduza as desigualdades territoriais. Este equilíbrio entre crescimento e equidade é fundamental para garantir cidades mais justa e resilientes.
A transformação urbana exige também inovação no planeamento e na colaboração entre setores. O urbanismo do futuro será necessariamente mais cooperativo, cruzando visões públicas e privadas e envolvendo as comunidades nos processos de decisão. Esta abordagem participativa não só melhora a aceitação dos projetos, como contribui para soluções mais eficazes e inclusivas.
A mobilidade, a eficiência energética e a digitalização são outros pilares essenciais. É fundamental promover cidades mais compactas e caminháveis, com boas ligações de transporte público e infraestruturas resilientes. A tecnologia pode e deve ser uma aliada na gestão mais inteligente dos recursos urbanos – da energia à água, do tráfego à segurança –, mas também na construção de espaços mais conectados com as necessidades reais das populações.
Por fim, transformar a cidade é também um ato cultural. É preservar a sua identidade e memória, sem abdicar da ambição de a projetar para o futuro. Significa conceber espaços que inspirem, acolham e conectem as pessoas, respeitando as diferentes formas de habitar e de pertencer.
Fazer cidades, em 2025, é um exercício de equilíbrio entre urgência e visão. E será esta capacidade de transformar com propósito — respeitando o passado, agindo no presente e projetando o futuro — que definirá a qualidade das cidades que deixaremos às próximas gerações.