Reabilitação do Património Rural: o sucesso da identidade cultural de um povo

Na realidade, para o desenvolvimento do setor, têm tido papel preponderante os investimentos de pequena dimensão como são os de alojamento local, guest houses e casas de campo. Isto porque a vontade de reabilitar e preservar imóveis históricos e característicos da cultura portuguesa, tem conseguido torná-los rentáveis economicamente.Além do mais, a conservação e preservação dos mesmos abarcam vivências e tradições que constituem a identidade de um povo e a marca do nosso país. Portanto, a ideia de reabilitação deve possuir cada vez mais importância, não só em edifícios inseridos em meio urbano, como também nos que se encontram em meio rural.A reabilitação do património rural surge então como uma estratégia fundamental que tem como objetivo melhorar as condições de vida das populações, defendendo e salvaguardando o património paisagístico, edificado, histórico e cultural. Nesta senda, a reabilitação do património surge assim como uma reação ao desenraizamento causado pela aceleração da vida moderna e conservação do património pessoal e familiar.Neste sentido, requalificando o património cultural e natural, constitui-se o ambiente rural como algo que pode ser vendido e comprado. Logo, a aposta na reabilitação do património rural constitui o caminho para a implementação de projetos imobiliários inovadores e revitalizantes. Como exemplo disso, surgem os inúmeros projetos de reabilitação presentes nas “Aldeias Históricas de Portugal” e “Aldeias de Xisto”, através dos quais se demonstra que existe uma política ativa de qualificação do “urbanismo rural”.Nestes casos, a revitalização desses ativos patrimoniais viabiliza a criação de espaços turístico-culturais, gerando receitas e criando vantagens económicas e sociais. Mediante o envolvimento da comunidade, os habitantes das aldeias tornam-se empreendedores, requalificando casas e dinamizando o investimento imobiliário, por via de uma oferta crescente de casas em turismo rural e de habitação, restauração e atividades de lazer.Como prémio, recebe-se a promoção internacional, sendo os empreendimentos turísticos muito requisitados por estrangeiros, vindos de países onde o turismo de natureza é bastante valorizado. Ao exposto, considera-se assim de extrema utilidade, a recente alteração efetuada pelo Decreto-Lei 186/2015, de 3 de Setembro, ao Regime Jurídico da Instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos, que, lançando as bases legais para a regulamentação e reconhecimento do turismo de natureza, pretende que o seu crescimento se associe a critérios de preservação, sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

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